sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Adeus Vaquinha

Não concordo com aquela frase que diz que tudo acaba na vida. Mas há fases e ciclos e todas essas merdices que os psicólogos e outros entendidos ou desentendidos gostam de falar. Eu acabei uma fase da minha existência. Como diria o Rafa, a Ticha está CRECHIDA. Este Blogue fica por aqui.

Obrigado pelas visitas.

A vaca continuará a rir e a sorrir, independentemente de quem a rodeie.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Avaria congénita?

Andar de carro.

Andar de carro tem que se lhe diga.

Os bebés por exemplo. Serão poucos os que não se rendem ao embalar calmo do acto de se fazer transportar por esse veículo de quatro rodas. São poucos os que choram enraivecidos dentro de uma máquina malevolamente puxada a derivados de petróleo.

Não fosse a gasolina tão cara e eu passaria a vida dentro do carro. A correr estradas sem dar por elas. Aconteceu hoje. E acontece tantas vezes no meu regresso a casa. O processo é simples. Chave na mão e num golpe de mágica (para mim) abrem-se as portas. Todas de uma só vez! Sento-me e pouso os infinitos objectos que me ornamentam todos os dias. O cinto aperta-se automaticamente e o recuo ainda exige alguma ponderação. O carro entra na estrada e aí vem a primeira e a segunda, até passar as desaconselhadas duas mil rotações.

Porque descrevo eu tudo isto minuciosamente? Porque conduzir é a minha terapia de hoje. E merece ser explicada. O carro está quente, assim sufocante como a vida. O vidro abre-se como que para dizer que para tudo haverá solução. Não fosse o vidro seria o superficial ar condicionado.

Depois de tudo isto, seguem-se 17 km feitos sem me aperceber dos carros com que me cruzei e das linhas tracejadas que pisei.

(Linhas contínuas imagino que não tenham sido muitas, a avaliar pelo fim típico da história)

Hoje pensava um pouco em mim. Trabalho, tenho um carro com airbag e ar condicionado, vou para casa no fim do dia. As amigas têm a vida delas, os amigos nunca se deram muito comigo e não tenho um namorado. Eu sei que não ter namorado aos 21 anos é buuuueda fixe, ya bora lá curtir a vida que só se tem vinte anos 365 ou 366 dias na vida. Vinte e um no caso. Mas não. Esse slogan não é para mim.

Eu sou uma romântica (ou só parvinha).

Sinto falta de uma coisa muito estúpida que alguns chamam amor. Outros não chamam porque é vulgar. Como se alguém deixasse de comer maças, ou de lhe chamar assim, porque o Adão e a Eva trouxeram a moda aos homens de bem. Na verdade eu amei. E amo. Mas ainda mais verdade é que a vida parou para mim. No amor. Nessa parcela que tudo move. Nesse tema tão extenso quanto a mais longa viagem de carro. Eu sei. Quem faz o carro andar sou eu. Eu sei, a gasolina também faz falta. Mas eu tenho gasolina, a vontade está meia gasta, mas ainda assim existe. Porque não anda o raio do veículo? Avaria congénita?

domingo, 3 de julho de 2011

Conviver de acordo com um contrato

Cinco dias bueeeda fixes.

Seis raparigas em busca de um bronze.

Legen (wait for it)dary.

Nunca tinha acampado e hoje que posso fazer o balanço, digo que foram dos melhores dias que passei. Tem a ver comigo. O acampar. E tudo o que envolveu ajudou a tornar aqueles dias uma recordação inapagável.

Na Universidade da Beira Interior cruzaram-se seis caminhos. Todos eles se conectaram em vários pontos. Três anos passaram e no fim fica uma grande saudade e a vontade ténue de chorar a cada pensamento.

Qual de nós não vai sorrir ao pensar na queda aparatosa da Maria ao tentar resgatar o guarda sol que fugiu? Quem não se irá recordar da Allya a dar gargalhadas, a meditar ou a chamar-me um nome cujo sentido não entendo (constrangedoooor!)? Quem não irá recordar as maças vermelhas na cara da Diana? Ou ainda a sua capacidade de ser preguiçosa sorrateiramente…quem se vai esquecer da Vanessa a conduzir um carro apinhado de coisas? E o grito na Nazaré com assistência?

É por nós, é por nós, é por nós!
Nunca desistir destas férias!
(Maria) Amen.

O nosso roteiro de férias incluiu uma paragem em Santarém (ou Brasil) onde experimentámos as maravilhas do parque aquático. As máquinas fotográficas nunca cessaram. Devo ter tirado mais fotos em cinco dias do que em 21 anos. Só não tive um esgotamento porque os meus maxilares não fazem grandes esforços perante os disparos da objectiva. Em Santarém encaixámo-nos no Peugeot e seguimos para Peniche.

Relembro as condições miseráveis em que Allya Sumaya viajou. Relembro a geleira cor-de-rosa aos meus pés. Relembro as paragens na portagem e o vídeo de segundo dia. Lembro-me das eólicas antes de chegar a Peniche. Lembro-me de ter pensado que não haveria ninguém a quem pudesse contar estas coisas. Sinto o vazio que foi. Visualizo a montagem das tendas. A minha foi a primeira a conquistar o seu espaço e a última dor de cabeça na hora de ir embora. Não posso esquecer a fogueira que fizemos na praia com ajuda masculina e ainda o jogo que me baptizou de constrangedoooora.

Estou a ouvir música e a escrever. Cada vez que vem uma música mais lamechas isso faz-se notar no que escrevo. Eu sei que ainda vou ver estas pessoas da minha vida mais vezes. Mas não serão assim tantas, nem serão nas mesmas condições. Assim de repente penso no casamento da Vanessa.

Ontem tive que despedir-me e não sei muito bem definir a sensação. Sei que mal virei costas com a minha mala de campismo comecei a chorar sem saber quase porquê. Ia para a paragem de autocarros, mas não sei em que pedras pisei para lá chegar.

Quando se diz que os amigos são a melhor coisa do mundo, talvez não se esteja a mentir. Ainda ontem a Raquel me ligou porque não falei com ela nos últimos dias. Telefonou como telefonam as mães para saber dos seus filhos. Foram as minhas amigas que ajudaram a colmatar a ausência de que eu não falo. Elas gostam de mim por opção.

Choro. Sorrio. Penso nas notas miseráveis que tive este ano. Penso nas experiências que superam isso. Penso na minha nova posição de que a vida não são só notas e paradigmas do que é certo ou errado.

A cada dia que passava, a pele de cada uma de nós escurecia e avermelhava. A cada dia que passava as afinidades revelavam-se. Estes foram talvez os três anos mais intensos da minha vida e elas estiveram presentes. Não fui para a universidade para fazer amigos mas foi de certeza o melhor que ela me deu.

Agora é hora de trabalhar.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Toshiba a funcionar

Depois de algum tempo sem poder escrever a partir do toshiba, eis que resolvo seguir um conselho precioso e resolver a situação. Já ganhei o dia. Neste dia em que regresso à Covilhã para fazer uma melhoria quase absurda. Absurda porque não sou melhor que aquilo que já fui. Não sei mais nem menos. Sei igual. O que faz mudar tudo é a vontade com que faço as coisas. Há testes que me dá preguiça de fazer. Muitas vezes quando me dão o enunciado o meu primeiro pensamento é "oh que merda, ainda não escrevi nada". E se há um conselho que eu deixo aos estudantes é que escrevam sempre muito. Pode não dar em nada, mas quase sempre dá nalguma coisa. Nem que dê só numa constatação de esforço recompensada. Sei se vou ter boa nota pela quantidade daquilo que escrevo. Eu. Normalmente.

Ah, outra coisa.

O meu blogue anda a receber visitas fruto de alguma publicidade da minha amiga (já) publicitária Allya. Não tenho nada de muito mau a dizer sobre isso. Quem se sentir ofendido tem direito de resposta e quem gostar tem pouco direito a resposta porque eu sou uma modesta. O que quero dizer é que eu falo aqui de muita gente. E ou eu não me conheço muito bem, ou apesar de tudo,continuarei a fazê-lo. Talvez de forma mais subtil para que ninguém se sinta difamado. Outra coisa, muitas das vezes uma pessoa ou situação são só a desculpa perfeita para as minhas generalizações. Já pedi desculpa a quem tinha de pedir. Já pensei na minha conduta blogueira. Agora vou dormir.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A minha presunção de Ser Especial

Não é fácil lidar com a ausência. Assim como é fácil lidar com gelados no Verão. E no resto do ano se for eu. Duas ausências repetidas com as quais tenho de viver todos os dias. Ausências escolhidas por mim e coagidas pela realidade. Não me lamento a toda a hora por elas estarem finalmente a ser, mas não há um dia que não pense em como poderia ter sido. Várias foram as vezes em que escrevi e apaguei sobre isto. Uma outra verdade é que não era esta pessoa que eu queria ser. A Letícia que escreve não é a que meio mundo vê por aí de óculos de sol. Acho até que as pessoas que só conhecem um dos meus lados ficariam bastantes surpresas com as minhas fragilidades aqui repetidamente expostas. Às vezes orgulha-me saber que há pessoas que não me conhecem. Há dias (bastantes já) uma amiga disse-me, enquanto eu lacrimejava, que parecia ter um House na minha vida. Ela sabe que eu vejo a série. Ela vê muitas séries que também vejo. Aquilo ficou-me. Nada que eu nunca tenha pensado. Com a desvantagem de que a ficção é sempre mais fácil de viver. Porque lá as pessoas sabem representar o Enquanto Dura. A coima é pesada nos dois casos. Culpa da minha presunção de Ser especial. Que sou.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fatalidade do instante

A vida pode mudar num instante. O que me faz ter esta constatação brilhante? O facto de há uns dias ter quase tido um acidente jeitoso. Na verdade foram dois. Um em que ia sendo atropelada numa passadeira e outro em que era eu a culpada enquanto condutora. Há quem diga que conduzo mal, aí está a prova. Má tentativa de ultrapassagem. Mas a vida pode mudar não só para os lados da morte. Instantes em que podemos ser tudo e instantes em que afinal já não somos grande coisa. É assim a vida, um instante fatal.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Poncha da Madeira

Será?

Estou com dores de cabeça na ordem do quase insuportável. A sensação é a de que vou desmaiar a qualquer momento. Aconteceu hoje quando estava numa loja de bijuteria. Aconteceu um pouco durante todo o dia. Comi como é meu hábito diário. Talvez menos por preguiça e dor de cabeça, mas comi o suficiente. Nada de anormal me havia acontecido para eu estar assim. Até que me lembrei duma coisa. A Cátia. A Cátia regressou ontem da Madeira. E o que trouxe ela tão típico de lá? Poncha. Eu não bebo álcool, mas gosto de provar certas bebidas que o contêm. E provei. Depois de provar o copo continuava ali, ao meu lado enquanto eu tentava concluir sobre o trabalho de Direito de Resposta. Fui bebendo. Aquilo sabe a maracujá e depois do ardor inicial fica um sabor muito bom na boca. Estava acompanhada pela Sumaya que também estava a fazer o seu trabalho. Eu ia bebendo e ficando cada vez com mais sono, ela ia-me alertando para o facto de eu poder estar a ficar borratchinha. Estava mesmo. E hoje, ao que tudo indica, estou de RESSACA. Estado esse que faz o orgulho de tanta gente.

sábado, 4 de junho de 2011

Impulsos

Hoje escrevo para me redimir dos meus pecados. Há muitas pessoas de que falo aqui. Pessoas que passam pelos meus dias e que me inspiram de várias formas. Há tempos fiz referência a um professor num tom um pouco mauzinho. Ele descobriu o meu texto. Porque afinal ele domina mesmo isto da Internet.

E aproveito para dizer umas coisas sobre mim.

Há dias discutia com um amigo e ele disse-me isto "não precisas dizer-me coisas más como dizes aos outros porque afinal importaste que eu goste de ti". Foi mais ou menos isto. Desde então penso nisso todos os dias. A minha impulsividade de dizer o que me apetece e quando me apetece nada abona a meu favor. Mas em tudo na vida. Daí haver muita gente a achar que sou uma besta. Às vezes é lisonjeador que o pensem, outras não.

E é pena descobrir alguém no fim de alguma coisa. Eu descobri um professor diferente e já é tarde. Descobri também muitos colegas de turma que em três anos eram perfeitos desconhecidos. Descobri gente muito simpática de Erasmus e eles descobriram-me a mim. Estou aos poucos a descobrir que reprimir um pouco, nem sempre é mau. Ajuda a que não me arrependa tanto. Há pessoas de que falo, tantas vezes criticamente, que eu quase rezo para que nunca venham parar aqui. Porque gosto delas. Muito. E sei que ficariam magoadas.

Algo que me alivia: saber que estou a melhorar.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Episódio certo, temporada errada

Tenho as duas últimas temporadas de House para ver. Aconteceu-me hoje começar a ver o episódio certo na temporada errada. O resultado foi pior do que perguntar à Maria se já viu um filme. Descobri quase tudo sobre a próxima temporada nos dez minutos iniciais do episódio, que para ser sincera me causou alguma estranheza no início, mas que continuei a ver com entusiasmo. É triste. E agora que tenho de ler umas coisas para o teste de amanhã, porque já não há escapatória, aqui estou eu.

Imagens enganosas ou pessoas chatas?

Eu não vejo as fotos modificadas como uma forma de enganar as pessoas. Não me chocam nada as imagens publicitárias que têm como fim mais que oficial, vender. Atrair. E o que atrai? O que é belo. Mas as pessoas não se podem sentir enganadas por algumas razões que Sean Callahan apontou, com as quais concordo plenamente. Diz ele que a fotografia, aquele quadradinho rectangular que inclui coisas, também as exclui. Uma fotografia vista assim nunca é uma realidade completa. Há coisas que ficam fora da fotografia. Coisas contíguas ao cenário físico e ao cenário não físico. Quando uma modelo tira fotos com um gelado da OLÁ na mão ao lado da piscina, subentende-se que tudo aquilo seja encenado. Se supomos isso, porque não aceitar normalmente o pressuposto de que a imagem da modelo sofre melhorias? Outra coisa muito normal agora é falar-se do Photoshop como sendo o mal de todos esses pecados do engano. Desde sempre houveram técnicas para melhorar actores e cenários numa fotografia. Com os Reis aconteciam pinturas que os favoreciam de alguma maneira. Acrescentar altura, diminuir defeitos do rosto, tudo isso. O que mudou é que agora não está só ao alcance do artista. Está ao alcance de um rato de computador. Não acho nada enganoso. Só engana quem quer achar que é enganado. E sobretudo não partilho a ideia de que as famosas que aparecem nas revistas têm todas celulite. Afinal, há gente bonita no mundo.

Trair a quanto obrigas

Trair. Uma palavra quase inaplicável nos nossos camuflados mundos. Trair é coisa a que ninguém gosta de estar associado. Quem nunca traiu que atire a primeira pedra. Haverá muito boa gente a atirar pedras neste momento. Mas calma. Trair não é só chegar a vias físicas de facto. Vivências minhas dizem-me que não é nada assim. Quando uma rapariga relativamente descuidada com a sua aparência resolve pintar os olhos e vestir a sua melhor roupa para ir ter com um rapaz em específico, que não é seu namorado, isso é o quê? Para mim trair. E não é preciso mais nada. Podem ir apenas fazer compras ao Pingo Doce. E pode dizer-se que ela gosta de ficar bonita e ser admirada pelo sexo oposto. Assim sendo sairia à rua tendo isso sempre em conta. Outra coisa, se um rapaz tem namorada porque anda a admitir atracções por outras raparigas? E dá-se a desculpa de que a namorada sabe e que ela é extremamente compreensiva...claro que isso não pode ser verdade. Nenhuma namorada é compreensiva o suficiente para ser indiferente ao relacionamento entre o namorado e o seu fetiche. São as desculpas que permitem às pessoas viver bem com isso. Ultimamente tenho lidado com situações destas que não me dizem directamente respeito, mas que me levam a desacreditar nas pessoas. Parece que ando a ser enganada. Faz-me duvidar da ideia que tenho das pessoas. Parece que tem de haver sempre um lado muito mau que as pessoas escondem. Pessoas aparentemente correctas e confiáveis que depois se revelam fraudes. Este sentido carnal de traição é coisa que ainda não me aconteceu. Estive sempre com quem queria estar e não houve nem a necessidade de reprimir. Nem os meus sentimentos fui ainda capaz de trair. Para concluir, detesto esta palavra. Parece teatral.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Mais do mesmo é o que parecerá

O meu dia foi solitariamente interessante. Ando numa fase da vida em que não ir às aulas deixou de ser um peso na consciência e ando muito autónoma. Será um bom exercício para o futuro. Algures a meio deste meu dia fui entrevistar mais um senhor para a minha reportagem. Depois das perguntas feitas quase sem papel, vieram as conversas de circunstância. Cheguei a descobrir que o senhor entrevistado é vizinho revoltado de uma pessoa que eu até conheço tão bem. Pessoa essa de que não gosto mesmo nada. Durante as queixas eu pedia no meu íntimo ainda mais. Queria saber mais coisas más daquela pessoa. Queria ouvir falar mal dela. E ouvi. Serei eu perversa? Muito provavelmente serei normal. Vim para casa a pensar naquilo. Não muito, mas o suficiente para aqui descrever.

Não fui à piscina, mas pensei nela com vontade. Fui antes dar mais uma corrida de 10/11 minutos no complexo desportivo da Covilhã. É o meu comprimido para as dores. Mas tenho de fazê-lo sozinha. Correr acompanhada é uma arte, embora se torne mais fácil. Os que estiverem a pensar que é pouco que reparem no meu físico invejável. Com a minha natural tendência para emagrecer, principalmente no Verão, espero que esta overdose de exercício não me leve à magreza feia.

Outra coisa. Tenho muitos planos para tempos próximos. Vou a Viana do Castelo dê para onde der. E não faltará muito. Vou acampar depois de 21 anos a imaginar como será. Em Peniche. Vou trabalhar para um jornal em Julho e lá ficarei durante pelo menos os próximos 9 meses. Farei mestrado na UBI por falta de alternativas. Penso na ideia de ter um carro só meu. Além de tudo isto surgiu a possibilidade um pouco remota, mas que me fascina, de ir a Moçambique no fim do ano. Aqui virei para vos falar de cada uma dessas coisas. Não porque vos interesse, mas porque me apetece.

Afinal, eu sou mesmo boa a fazer o que quero.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O Penitez

O coelho Penitez.

Era uma vez um coelho chamado Penitez.

Não sei como era.

Não sei porque tem este nome ridículo.

Sei que era um coelho gostado pela criança que cuidava dele.

O Penitez cresceu. Como tudo o resto cresce na Natureza.

Quem disser que os coelhos são todos iguais está muito enganado.

Há coelhos e há O Penitez.

Ter o Penitez por perto era como ter o amor de mãe. Certo. Incondicional.

Um dia O coelho foi libertado para um exterior imenso com o qual não sabia lidar.

Mas foi andando pela primavera. Foi feliz na sua vida de liberdade.

Chegou o Inverno e morreu.

A criança pensou sempre que era o inevitável.

O coelho não.

Enquanto dura

Viver o presente sem passado nem futuro iguala-nos aos animais, não será? São eles que comem quando têm fome, bebem quando têm sede e acasalam quando assim tem que ser. Viver apenas o presente é utópico. Se me levanto de manhã ao som do despertador é porque aprendi no passado que é assim que deve ser. Se vou às aulas é para alcançar o objectivo de futuro. As pessoas são passado, presente e futuro. A consciência.

domingo, 22 de maio de 2011

Basquetebol lesiondo

Este fim de semana assisti a vários jogos de basquetebol feminino. Eu que não gosto muito de assistir, gostei. Fui ver, entusiasmei-me e recordei coisas. Os tempos em que jogava no desporto escolar. Sei hoje que jogava apenas razoavelmente. As raparigas que vi nos últimos dois dias estão noutro nível. Nacional. Tenho pena de não jogar. Basquete, volei...tudo isso que me faz mexer. Sei que só não jogo porque não quero. Mas o tempo é outro. Já não iam estar lá as gémeas, por exemplo. Foi estranha a sensação de velhice, se assim se poderá chamar. Sou uma pessoa de competição. Correr para mim é mais para passar o tempo. Também já joguei ping pong ou ténis de mesa (como se diz quando se fala do desporto a sério), já joguei futebol e um pouco de tudo. Badminton não é o que mais gosto. Andebol também não.

Foi bom ir ver as nacionais e não estar muito focada na imensidão de coisas que tenho para fazer.

E hoje já tenho sono, vou dormir.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Senhor anónimo, escrever para si é um prazer

Estive a responder a um comentário que me deu muito prazer em ler. Eu gosto de argumentar. Quando estou convicta de determinada coisa, é-me muito fácil fazê-lo. Quando tenho dúvidas, por mínimas que sejam, fico calada.

Outra coisa que me fez responder à vontade foi o facto de ser um anónimo. Acho que o facto de as pessoas não assinarem evita muitos constrangimentos de linguagem. Para mim em particular que gosto de recorrer à ironia. E o comentário fez-me lembrar de uma história.

Há dias em conversa acesa, uma amiga minha dizia que os estudantes universitários são todos inteligentes. E eu discordei. Como boa criticadora implacável (assim me chamaram um dia). O quê? Os estudantes universitários são todos inteligentes? Ou o meu conceito de inteligência é muito restrito ou o dela é muito alargado. Ou então há que categorizar os vários tipos de inteligência. Há a chamada inteligência saloia por exemplo. A inteligência da esperteza (a que dá boas notas a quem imprime cábulas a computador). A inteligência do mais forte (aquele que sabe sempre tudo porque tem mais força física para o saber). A inteligência especializada. E por aí em diante. Assim talvez concorde. De outra maneira não.

Outro mito que há é o de que as pessoas com boas notas são inteligentes. Não necessariamente. E atenção, eu nem tenho más notas. Como dizia o professor David G. Santos, os alunos têm melhores notas tanto mais fielmente reproduzirem as palavras dos livros ou do professor. Não há esforço ao nível da inteligência. E eu falo com conhecimento de causa. Quando penso muito num teste, a nota é sempre uma incógnita.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pode chamar-se crónica?

A manhã começa cedo e com a notícia de que a minha mãe passará a receber o salário mínimo nacional depois de (8) anos a receber mais que isso. O emprego não mudou, o que mudou foram as instalações. Sem grandes voltas a dar ao assunto, a situação é basicamente como a seguir se descreve. Haviam umas instalações provisórias de determinadas termas, onde a minha mãe trabalhou durante anos a fio sem nunca reclamar férias ou outros direitos que lhe assistiam. Às suas quatro colegas o mesmo se passou. Nunca houve tempo e espaço ao diálogo. Agora, depois de anos de especulações, as ditas termas abriram com novas instalações. O que antes era uma casinha de madeira (apesar de tudo com boas condições) é agora um complexo termal imponente no meio do nada interior. Com o progresso veio o regresso, apraz-me dizer. As pessoas que deram corpo ao manifesto durante anos foram descartadas das mais variadas maneiras. A umas deram a notícia de que não teriam onde trabalhar, às que restaram atribuíram-lhe as limpezas, o legado que terão de passar à geração dos manhosamente formados e um salário mínimo. Salário que ocupa o rés do chão da escala de salários atribuídos e apresentados na primeira reunião geral. Quanto a tudo isto tenho a dizer várias coisas. Num país em que se diz tanto de uma crise provocada pelas pessoas, o que dizer deste tratamento às que se dedicam? É assim que se conquista a produtividade? Parece-me que não. O incentivo das pessoas em muito se deve ao sentirem-se respeitadas no seu local de trabalho. E pela amostra, isso não acontece muitas vezes. Intuitivamente direi que será esse um dos factores que nos distancia dos países vizinhos e que torna os portugueses em França tão produtivos. Quando uma pessoa não tem perspectivas de melhorias futuras, que lhe resta? Restam-lhe a resignação e o contentar-se com pouco. Porque os tempos não são dados a protestos e a frase “há muito quem queira trabalhar” é coisa que as entidades patronais não se coíbem de dizer e repetir. Eu que não gosto de concordar com a visão pessimista de Portugal, sou forçada a reformular a frase que Rodrigo Guedes de Carvalho dita a cada final de telejornal. É o país sem lugar no mundo, todos os dias e sem hora marcada, na Vaca que ri.

“A política é ao estilo de Marcelo Rebelo de Sousa, uma política de coscuvilhices”

Entrevista a David G. Santos

David G. Santos é professor convidado a tempo parcial na Universidade da Beira Interior desde 2008, dá aulas na área da Teoria Política, Filosofia Política e Ética. É bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia desde 2007 e desenvolve trabalho de investigação em vários projectos universitários no Instituto de Filosofia Prática, na Covilhã, e no Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa. Nos tempos livres, que à partida seriam poucos, é ainda consultor independente de negócios web e tradutor de Filosofia.

A Vaca que ri - O que considera essencial que os alunos levem das suas aulas?

Considero essencial que levem funcionalidade e pensamento críticos, não acho relevante que aprendam a reproduzir os conteúdos que eu tento transmitir. Quero que os meus alunos aprendam a pensar por si próprios, sem constrangimentos ou preconceitos, pensamentos à esquerda ou à direita. Que pensem no que de facto se está a viver, no caldo politico-social em que estamos.

A Vaca que ri - Sente que os seus alunos têm capacidade crítica para pensar a política?

Claro que não. Os alunos chegam às universidades sem a mínima capacidade crítica, o problema já vem detrás. Os alunos estão habituados a um sistema educativo em que são premiados conforme conseguem reproduzir com maior ou menor fidelidade aquilo que o professor tentou transmitir. Este paradigma não obriga a que os alunos se auto-organizem criticamente e consigam formar opiniões esclarecidas, límpidas.

A Vaca que ri - Acha que deveria haver uma cadeira de Teoria Política em todos os cursos?


Acho que a educação política devia começar muito antes da universidade, devia ser abrangente a todos os alunos, de todos os cursos. Eles deveriam ter conhecimento dos factos políticos, do que está a acontecer e do que aconteceu, e não das ideologias. E penso o mesmo da religião, sob o ponto de viste laico e científico daquilo que sabemos hoje.

A Vaca que ri - Fala-se na crise. Como diz o povo, a culpa é dos políticos?


Claro que é, não há dúvidas sobre isso. A culpa é dos políticos porque não souberam jogar com aquilo que têm, não souberam orientar um país que só criticamente consegue resistir aos problemas que o acercam hoje em dia. Investiu-se mal numa série de coisas, na educação, na investigação, nos transportes...e os primeiros culpados disso são os políticos. O que suaviza a culpa deles é o facto de serem filhos deste sistema que apenas lhes ensinou a repetir coisas. É normal que eles andem a repetir erros, sem novas ideias, sem novas soluções, sem nada de novo para dizer.

A Vaca que ri – Será portanto uma crise de valores?

É mais do que isso. Acho que temos de entrar num novo paradigma de economia. A economia é uma ciência muito alargada que tem que ter em conta factores sociais, psicológicos, entre outros que entram neste jogo da política. Não é só uma crise de valores, é também uma crise de ideias. E não é só em Portugal, o problema das crises económico-financeiras estende-se a nível mundial, veja-se o caso dos Estados Unidos e da Europa. Em 2008 toda a gente disse que o que se estava a passar e a crise que viria eram um problema que resultava do modelo económico segundo o qual ainda vivemos, um modelo assente na ideia de que o crescimento financeiro tem que ser infinito. Isto é uma irrealidade porque os recursos são finitos. Todos disseram que este modelo estava errado mas ele perdura, continuamos a pensar que todas as economias têm que crescer eternamente.

A Vaca que ri - O que faz falta à classe política portuguesa?

Falta a educação séria e uma coisa que me parece evidente nas democracias contemporâneas, não só a portuguesa, que é o problema da desresponsabilização. Não é chegar à esfera pública e dar uma espécie de solução à Futre e dizer que daqui a dois anos haverá empregos para todos. Os políticos têm que ser punidos pelas contradições entre palavras e actos, tem que haver transparência. É preciso saberem-se os números exactos, os dados económicos e financeiros do país. O paradigma da esperança não serve, há que haver responsabilidade.

A Vaca que ri - Acha que se houvessem mais mulheres a ocupar lugares de chefia nos governos as coisas serim diferentes?

Penso que não se trata de uma questão de género, é a tal questão da educação, responsabilidade e tranparência. O governo de Berlusconi é constituído por muitas mulheres, todas elas escolhidas a dedo. O homem e a mulher são radicalmente iguais, com diferenças pontuais e o que interessa à política é o carácter. Os cargos na política deveriam ser desejados por dever e não por benefícios honorários.


A Vaca que ri - Cavaco Silva descobriu o Facebook e tem utilizado esse meio para fazer algumas declarações. É esse o caminho para chegar à chamada Geração à rasca?


Acho que não. O facto de ele ele ter descoberto o Facebook, assim como a JS, ajuda a que eles prossigam na sua caminhada de evangelização política. Penso que chegam de forma demasiado ténue a essa geração. Porque ela é apática, não entende a realidade política e apenas quer ver os seus problemas resolvidos que é ter um emprego e dinheiro para ir ao Bairro Alto à noite. A geração à rasca tem um problema sério de comunicação e não há propostas sólidas de mudança. Para construir alternativas políticas é preciso organização, teses, dizer que os políticos devem ser criminalizados se faltarem à responsabilidade e levar uma proposta como esta à Assembleia da República. Coisas como esta alterariam todo o panorama político.

A Vaca que ri - Se tivesse que fazer uma campanha pelo PDJDP (Partido Despertador de Jovens Desinteressados por Política), que diria para ganhar votos?

Não posso negar que tenho ambições políticas, que não são ideológicas nem partidárias ou de poder. Não tenho ambições de poder político. Ambiciono participar activamente na política, acho que é preciso que participemos e nos organizemos para mudar o horizonte negro que temos. Se eu quisesse ganhar votos proporia a responsabilização dos políticos, não pode ser possível que a nossa democracia esteja assente numa espécie de verdade publicitária, sem que se questione o que é verdade.

A Vaca que ri - Há políticas verdadeiras?

É claro que há. Há políticas boas e más, mas não temos o ambiente mental para criar boas ideias. Os nossos políticos não apresentam os números, não dizem com exactidão o que vão fazer, onde vão diminuir e onde ou o que vão aumentar. A política é ao estilo de Marcelo Rebelo de Sousa, uma política de coscuvilhices, uma política de meninos birrentos que vive de discussões muito superficiais, não vive à conta da discussão de factos. Os factos deviam ser a base das discussões, porque eles existem.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

House desconstruído

Estive a ver o primeiro episódio da sexta temporada de House. E agora penso. Se Deus existe porque não regula melhor as complexidades dos seres humanos que pensam? Porque lhes deixa pensar? Porque não age como Karl Marx e adopta os meios necessários para atingir fins bons? E na falta da existência de um Deus que tenha mais jeito para deliberar quanto a esses assuntos, porque não dotar os homens de incapacidades complexistas? Excitei-me com o House. Ele tem o charme da velhice que poucos terão a sorte de ter. É imprevisível. Uma personagem que apetece com todas as forças ver apaixonado, desmontado, humanizado. A chorar. Chora House! Diz um "I love you"! O House toca-me. Enerva-me. É me próximo. Daí gostar dele. E daí não se gostar dele. Um mau investimento sentimental. Um excitante brinquedo de conquista.

terça-feira, 3 de maio de 2011

A pena como última instância

Estou sentada na minha cama. A cama é individual e é verde alface. Repousam nela duas almofadas brancas e um peluche muito mediático por estas bandas. Um peluche sem nome mas nem por isso pouco importante. É o peluche que me importava de perder. Dorme comigo. Um cliché romântico? Talvez. Mas não calculado, o que faz toda a diferença. Eu gosto verdadeiramente dele. Tem umas formas engraçadas e como já disse tantas vezes, acorda despenteado como as pessoas.

Feita a introdução, eis o que me traz aqui. Ao velho Asus que me permite falar ao mundo. Estes dias têm sido muito agitados e as mazelas estão espalhadas pelo corpo. Dias em mudanças profundas. Um passado que se repete de alguma forma. As caixas de roupa alinham-se e aumentam no quarto ao fundo do corredor. O futuro parece estar a recomeçar e dá trabalho. Para traz ficaram paredes vazias e lágrimas forçosamente reprimidas. Trata-se de uma coisa chamada divórcio. Palavra que me custa pronunciar. Por ser uma coisa muito definitiva.

A vida não é fácil. Algumas vidas não são fáceis. É a entropia a chegar a bom porto. Ou o caos de que é preciso para recomeçar. 93% do tempo sou triste, disseram-me hoje. Ou estou apagada. O que eu quiser entender. Não gostei de ouvir. Podendo ou não concordar. Talvez seja verdade. Verdade também é que 100% das pessoas não entende as realidades que lhes são alheias. Alheias no sentido de não as viverem. E eu estou nesses 100%. Compreendo perfeitamente que assim seja. A realidade do outro é sempre diferente da minha.

E o que mais tem sobressaído nestes dias ainda frescos, é o sentimento de pena. Descobri o verdadeiro sentido da palavra. Concordo agora que é dos piores sentimentos que se possa ter por alguém. Tenho uma pena profunda do (meu) pai que está só. Tenho pena que ele não consiga ser quem gostaria de ser nos seus momentos de maior lucidez. Uma casa em silêncio é a herança que lhe fica. Tenho pena que ele seja fraco. Tenho pena pelo seu camuflado estado de saúde. Tenho pena que esteja a construir a sua morte sem cabelos brancos. Tenho pena pela vida vazia que leva. Tenho pena por ter conseguido afastar-me dele ao ponto de não querer vê-lo. E por mais que escreva e descreva, ninguém saberá ao certo do que falo.

Chorei. Não muito, mas o suficiente. Quando tinha que ser. No momento certo e no local indicado para se chorar. Fora do alcance visual da minha mãe, por exemplo.

É desgastante. Profundamente burocrático. Embaraçoso. Necessário.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Tron Le(ticia)gacy

Acabei de ver Tron, o filme. E tenho a dizer que gostei. Os cenários de realidade virtual não são alvo da minha preferência, mas acho que tenho uma ideia muito mal concebida na minha cabeça. Preconceito infundado talvez. Apesar de só ter estado atenta a 10% do tempo de aulas de Cibercultura, sinto-me fascinada com estas coisas tão visionariamente alucinantes. Percebo hoje um pouco mais do mundo da computação do que quando tinha cinco anos. Consigo perceber o quão cativante podem ser estes mundos virtuais tão ao jeito daquilo que eu percebi de Cyberpunk. Hoje estou um pouco mais rica. Apesar de ter passado duas horas a achar que sou uma nulidade electrónica, estou satisfeita. Continuarei a ser um pouco lenta e lidar com separadores, teclas e legendas, mas há melhorias nalgum ponto relacionado. A Olivia Wild representou-me bem enquanto parte feminina da coisa. Quase chorei com um filme que diz "é tudo virtual burra!". Quase.

domingo, 24 de abril de 2011

Facebolisticamente falando

Hoje foi a Páscoa. A Páscoa é uma seca. Depois de dias sem escrever, regresso com uma primeira frase interessantíssima. Estou a lembrar-me de um quase debate que se gerou no meu mural do Facebook a propósito do seguinte dito:

Não gosto das pessoas que falam mal do Cristiano Ronaldo. Dizem que tem a mania. E preferem o Messi. Com o Mourinho às vezes também acontece. Mais uma vez volto a dizer: há pessoas que podem ser arrogantes, irónicas e ter a mania. Eles são dois exemplos disso. A falsa humildade é sempre melhor aos olhos do comum dos mortais, mas não devia ser assim.

Já tenho uns 30 comentários a esta simples coisa que eu disse. Várias conclusões. A primeira é que o futebol aquece fusíveis a muita e variada gente. A segunda é que há pessoas que não gostam do Mourinho (como é que é possível?). A terceira é que ninguém meteu like no meu comentário que dizia:

Dizem que o Ronaldo devia ajudar os pobrezinhos. Já montou a loja à irmã, já deu emprego ao ex-cunhado, fez da outra irmã uma mulher do pimba... e o que é isso? Ajudar os pobres. Ele não tem obrigação de acabar com a fome no mundo. Digo eu.


...que eu acho espectacular.

A quarta constatação é que o Paulo não diz nada de jeito.

A quinta (e só porque tenho sono a última), a Diana meteu like no que eu disse! E a Diana é só a pessoa que se pudesse atropelava o Ronaldo à saída da D&G. E ela não é do tipo irónica. Distraiu-se.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Santarém às portas do sol

Não tenho escrito porque o meu novo computador não me deixa entrar no meu blogue. Não sei nada bem porquê. Então, porque a necessidade se impõe, cá estou eu frente ao meu velho e grande Asus.

No fim de semana passado estive em Santarém e Lisboa. Fui com umas amigas fazer o tipicamente feminino. Procurar vestidos para um jantar de gala. Eu acabei por não comprar nada, mas fui a única das quatro que fomos. Eu, a denominada fútil do grupo. Entretanto vimos uma actriz famosa na H&M. Foi quase o delírio. Nesse mesmo dia deliciei o paladar com os tão justamente afamados pastéis de Belém. São muito bons. Com açúcar em pó e canela são uma coisa inigualável. Fomos aos sítios turisticamente avaliados e ainda nos perguntaram (um senhor que se mantém imóvel numa rua da baixa) se éramos brasileiras. As minhas mochilas davam-me um ar de polaca incontestável. Mas há que compreender que estar todo o dia a posar com turistas deve dar volta à cabeça de qualquer criatura.

Já em Santarém há que ressalvar a boa hospedagem, as Portas do Sol, a Horta da Fonte e o bom calor. A viagem de comboio no regresso à Covilhã, revelou-se uma agradável surpresa. Além de percorrermos todas as carruagens do comboio para saciar a curiosidade de ver o bar, quase toda a gente da UBI vinha naquele raio de comboio. Em quatro horas de viagem conseguiu-se apanhar a comunidade ubiana quase toda. Durante a viagem conversámos muito e relembrámos os últimos três anos. Decidiu-se pela escrita de um livro de recordações escrito por todas. Eu acho uma boa ideia. Até posso tirar algumas coisas aqui do blog.

Depois desta viagem, surgiram novos conceitos como "A VOOOZ" ou "terça-feira! UH!" ou ainda o santareno "dá cá se queres ver..."

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pena pelo que sou



Já todas foram dormir. Só eu restei na sala. No acolhedor ruído dos meus fones da Marvel. (Sara Tavares)Estudo. Ou faço o que faço, que poderá ser entendido como tal. Já não escrevo há dias. Mais ainda, já não fotografo há meses. Tenho pena de não me dedicar mais à fotografia. Porque gosto e porque tenho uma máquina mais cara que o normal para estar a enfeitar a prateleira de cima. Ando ocupada, mas o estar-se ocupado é normalmente uma desculpa que as pessoas dão para não admitirem a preguiça ou o que quer que seja. Às vezes gostava de meter aqui fotografias para dar mais ânimo ao acumulado de textos, mas não as tenho. A ética. Alguém sabe o que será isso? Eu sei. A ética é uma COISA que tem a ver com as boas ou más escolhas que fazemos. Que se traduzem em acções. É ético beijar uma pessoa que diz ser o nosso nada? A minha mãe diria que não. Será ético mandar lixar a opinião da minha mãe? Será ético desejar a morte de alguém que só faz merda? Penso que não. Mas existe. E se existe é porque a ética não pode antecipar-se às nossas intuições, desejos, vontades, pensamentos. Só vem depois para estabelecer o chamado bom senso da racionalidade. Não que interesse, mas o estudo de dilemas etico-morais não podia vir em altura mais oportuna. Viria sempre. Tenho pensado nalgumas situações da minha vida que nunca ninguém me ouviu contar. Dias, momentos e situações que nunca ninguém mereceu saber. Ou que eu não saberia contar. Às vezes ouço falar de pseudo-problemas e só me apetece rir na cara das pessoas. Dessas pessoas. Não que lhes deseje mal. Desejo apenas um ínfimo clarão das minhas muitas noites. Para que não falem em vão e corram o risco de cair no ridículo. As pessoas moldam-se conforme as situações, é sabido. Eu sou aquilo que me fazem ser. E às vezes tenho pena do que sou. Podia ser mais estável. Podia confiar mais nas pessoas. Podia ser mais humana. Podia ser mais feliz. Podia gostar mais de mim.

Música eticamente ouvível?

sábado, 2 de abril de 2011

Descendemos do macaco. Descendo da minha mãe.

Fim de dia. Os dentes marcam sempre a hora de dormir. Depois de lavar os dentes já não há grande volta a dar. É escrever e dormir, necessariamente por essa ordem. Tenho um teste na próxima quinta-feira. Sobre a Ética e a perspectiva de vários autores. O mais polémico é sem dúvida Peter Singer. Ele diz que nem todos os seres humanos são pessoas e que alguns seres não humanos o são. Os golfinhos e os chimpanzés podem ser pessoas. Passo a explicar. Ele classifica o seres humanos como sendo membros da espécie homo sapiens, cientificamente determináveis. E pessoas, são aqueles seres que possuem racionalidade, auto-consciência e autonomia, que se concebem a si próprios (reconhecem-se frente a um espelho) e que se projectam no futuro. Confuso, sim. Ele diz assim numas folhas de powerpoint que estão aqui ao meu lado na cama:

De modo que matar um chimpanzé, por exemplo, é pior que matar um ser humano que, devido a uma deficiência mental congénita, não é nem pode vir a ser uma pessoa.

Há pessoas que me fazem concordar com ele. Mais do que as pessoas que sofrem de uma doença qualquer que os torna não pessoas, existem os seres que não são pessoas porque não fazem uso da racionalidade com que foram dotados, não têm auto-consciência da merda de vida que têm (e proporcionam) e quando não têm autonomia para se isolarem dos que afectam negativamente. Posto isto, vivam os golfinhos que dão pinotes e fazem as (outras) pessoas felizes.

Se tivesse o poder de decidir a felicidade das pessoas, saberia de imediato a quem a atribuir.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Sorriso meu



Hoje esteve dia bonito e eu estou contente e muito bem cansada. Vou dormir.

Pontos negros no meu sapato

Hoje teria ido ver Pontos Negros. Mas. Mas não se reuniram condições. Sobretudo pela falta de companhia. Porque falta companhia? Porque a maior parte dos meus contactos pessoais não tem grande conhecimento da vida e obra de tal banda. Aqueles que têm, o(s) pouco(s), não se aperceberam dos sinais. Hehe. Quando alguém diz ao lado de uns cheetos palitos "apeteciam-me tanto cheetos palitos!", o óbvio da intenção, nega qualquer tipo de desentendimento. Mas. Aqui estou eu, a ler sobre Ética. Que no fundo é mais produtivo, menos caro e mais conveniente para mim em particular e para alguma(s) pessoa(s) em particular. Hum, recado dado.

Barcelona

Há dias em que quero tanto voltar. Voltar de passagem, voltar para ficar. Voltar de qualquer maneira. Mas voltar. E é uma vontade tão sólida que assusta.

terça-feira, 29 de março de 2011

Semana académico-deprimente

Semana académica na Covilhã. Muita gente caminha numa única direcção: pavilhão da Anil, local onde tudo se passa esta semana. Estive (por acaso) na fila de entrada para o chamado arraial durante um tempinho. É impressionante reparar na importância que os estudantes universitários dão a esses dias. Eu não consigo dar. Não fico com pena quando acaba e eufórica quando começa. Isso costumava acontecer quando era pequena e com a festa da minha aldeia. Talvez o princípio de adoração seja o mesmo, mas não gosto de comparações desleais para com as minhas felizes e inocentes vivências. Eu gostava da festa da terra (e continuo a gostar), por várias razões. Era inevitavelmente o tempo em que havia gente na rua e a passar, com quem pudesse travar brincadeiras. Era quando vinham os meus padrinhos da França, cheios de prendas para mim. Altura do ano em que acontecesse o que acontecesse, eu iria ter roupa nova. Vestidos quase sempre um tamanho abaixo do similar da minha irmã mais velha. Era quando havia barracas de doces e eu tinha dinheiro para eles. Havia sempre euforia, família numerosamente reunida. Calor. Era naqueles dias que eu podia estar acordada até à meia noite! Eram os foguetes com que acordava pela manhã. Era a competição dos jogos tradicionais e o tão ainda presente (mas noutras ocasiões) nervosismo ansioso. Havia razão para ter pena quando acabava. Isto da semana académica não se entende. É caro, só se bebe cerveja, as pessoas tendem a não ter discursos interessantes, correm riscos de saúde porque se tornam ainda menos selectivas na escolha de parceiros, passam horas de pé, fumam como se os cigarros estivessem em vias de extinção...em suma, deprimente. Lamento, mas é a minha opinião. E eu podia muito bem estar lá. Se faço estas observações é porque estive no terreno, mas sem metade das premissas que constituem o bom estudante universitário.

segunda-feira, 28 de março de 2011

O amor é um frio e sofrido aleluia



Há tempos escrevi sobre o amor ao som de uma música. Ao som desta talvez seja coagida a fazê-lo novamente. O amor é um frio e sofrido aleluia. Ou um quente e sorridente abraço. Amor é aquilo que faz as pessoas ter reacções a quente. Sem grandes racionalidades.

O ciúme!

O amor não é a suficiência de um protótipo. É mais. Não sei o que é exactamente porque talvez não seja esse o seu objectivo. Ter definição. Mas. Há manifestações que se naturalizam como o transpirar de dois corpos em esforço físico.

O sexo!

O amor sobretudo é. Está, senta-se na cadeira da cozinha, conversa connosco, diz "aguenta-te Ticha", usa o mais bonito dos sorrisos, usa boxers joker face recomendados, canta músicas, enternece, choca, desilude, magoa, brinca, cresce, diminui, pede desculpa, erra e volta a desculpar-se, come. Desespera. Atrai, repulsa.

A saudade!

Amor. Esse sentimento que na verdade são vários, é o fim último da existência humana. Diga-se o que se disser. Seja o Hitler, seja a mulher que acaba de fazer a mágica da reprodução. O amor é gratuito e não tem impostos rígidos.

A incondicionalidade!

O amor age. Faz andar. Faz querer. Faz mudar. Faz esquecer. Faz perdoar. Faz lembrar. Faz ser perdoada quando se troca tudo pela palavra ERRO. Faz confissões.

A sinceridade!

Se por falar falei, pensei que se falasse era fácil de entender...e não é.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A coerência é a parente mais próxima da legitimidade. Sou eu que o penso.

Pensei em desistir. Em vez disso, chorei e passou.

Hoje foi sexta. Continua a ser por mais uns minutos. Chorei. Não por estar triste, mas por desespero. Ou por outra coisa qualquer que deve ser a mistura de muitas coisas e portanto não sei definir. Chorei perante a minha superior na loja onde trabalho. É muita pressão. Pensei em desistir mesmo antes de começar. Durante as quatro horas do meu pequeno turno de hoje, muitos pensamentos derrotistas passaram pela minha mente. Já trabalhei. Já tive que me adaptar noutras ocasiões. Mas agora é diferente. São kilos de pressão. Pedidos que mexem com personalidade que não são fáceis de atenuar. Quanto mais mudar. Eu quero trabalhar. Eu quero cansar-me. Não quero sentir que entrei no Big Brother por engano. É a analogia que me surge tantas vezes. Porque estou sob vigilância constante. Se espirro alguém vai estar disposto a dizer "santinha". E eu não sou disso. Não gosto dessas merdas. Digo merdas porque aqui falo como me apetecer e digo com as palavras que sentir. Clichés em toda e qualquer parte dão-me náuseas psicológicas profundas. Ainda farei um estudo de sondagem para saber se há clientes adeptos do "se precisar de ajuda..." Eu só detesto isso. Pode ser razão mais que suficiente para me proibir de entrar numa loja. É muito mau ouvir falando eu como cliente, é mil vezes pior de dizer enquando vendedora. Duas faces da moeda, nenhuma delas plausível a meu ver. Na minha humilde opinião, algo está mal. Mas eu sou a última carta do baralho. Estou na base da pirâmide. Eu gosto de trabalhar. Mas não tenho andado muito motivada. Tem sido um sacrifício, embora hajam prós no meio disto tudo. Dinheiro e pessoas simpáticas.

PS: Passei as 2000 visitas. Sou quase o Cristiano Ronaldo dos blogues.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Porquê? Porque não.

Haverá coisa mais irritante no mundo do que vermos respondida uma pergunta nossa com "porque não"? Deve haver. Mas não haverá muitas mais coisas. E porque dão as pessoas respostas como: porque não, porque sim, por nada, porque me apetece...? Há que desconfiar sempre de respostas como essas. Podem ser sintoma de:

1-Mentira

2-Omissão da verdade

3-Falta de argumento

4-Falta de consideração

5-Menosprezo

6-Burrice

7-Desinteresse

8-Falta de razão

9-Tentativa de evitar lidar com a verdade. Não querer traduzir a verdade em palavras. Este ponto difere do dois por ser mais complexo.

Muitas vezes estas respostas carregadas de eloquência trazem todos os sintomas anteriormente mencionados. É só pensar e ajustar. Hoje foi assim. Amanhã será igual, em todas as mentes que não sabem comunicar.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Música bonita

Os adjectivos que devem caracterizar uma música não passam pelo grau de beleza. Mas alguém me pegou este hábito de trocar adjectivos. E em vez de gostar mil milhões desta música, acho-a bonita. Ainda me lembro da primeira vez que a ouvi, há não muito tempo. As coisas que tu me mostras...

Despertadores

O despertador não tocou. Tocou antes o meu despertar interino. O que está habituado às horas em que o dia devia sempre começar. Para tudo e todos. Umas das minhas superiores no trabalho diz que eu sou uma máquina da parte da manhã e à noite sou um bébé chorão que fica lento porque quer ir dormir. Ela disse-me isto depois de três dias a entrar às oito da manhã e a sair às dez da noite. Algo que abona em meu favor, direi eu. De qualquer maneira não posso deixar de concordar com ela. Eu gosto das manhãs para trabalhar. As manhãs ditam o resto do dia. E agora vou falar de um despertador muito especial. Não sei se já alguma vez referi que moro com mais sete pessoas. Moro. Uma delas (não vou citar nomes porque não é preciso) tem vários despertadores que tocam invariavelmente todas as manhãs. E tardes às vezes! E porquê? A pessoa não acorda. Acordam os vizinhos se for preciso, mas ela não acorda. Estou agora a ouvir os sons. Um deles é um toque daqueles tlililili, outro (para mim o mais detestável)é uma música ranhosa que já esteve na moda. Esta:



Ouvir isto uma vez já custa. Agora imagine-se o que é ouvir umas 10 vezes por dia e umas 50 vezes por mês. O problema é que a Andreia não acorda! Um caso a ser estudado, como alguém já disse cá em casa.

(Continuando)

Já está outra vez a tocar!

Desisto. A música desconcentra-me de qualquer pensamento.

Desisto.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tudo vale a pena se a Letícia não for pequena

Em três meses tive mais visitas do que num ano. Estou quase nas 2000 visitas. Ou estou cada vez mais interessante ou estou cada vez mais dedicada a isto. A segunda tem factos que o comprovem. A primeira nem por isso.

Continuando.

Hoje passei o dia a dormir. Acordei às onze da manhã e às duas da tarde já estava a ouvir a televisão muito lá ao fundo. Parece que estive a ceder à vingança das pernas que nos últimos três dias passaram horas em trabalhos forçados. O domingo sangrento e o sábado negro passaram sem que fiquem marcados na história da Humanidade. Só a sexta-feira negra e o outro domingo sangrento permanecem no livro de História. Os meus, ficam aqui.

Estou contente. Pode ser uma ilusão, mas estou muito contente. Hoje, aqui e agora. É certo que costumo fazer aqui as queixas,as que sobretudo recaem sobre um único Ser. Falo mal. Critico. Questiono. Mas a verdade é incontornável. Gosto desse Ser. E se gosto, é porque a pessoa em questão não é só contras. A verdade é que não. Mas os elogios parecem sempre mais difíceis de fazer. Ou quando há algo para elogiar, o tempo urge em ser vivido. Depois de um domingo a trabalhar e sob kilos de pressão, um acto faz toda a diferença. Não houve exclusão. Houve correspondência. Talvez seja uma semente. Talvez seja um acto isolado, mas...

...tudo valerá a pena se a Letícia não for pequena.

domingo, 20 de março de 2011

Domingo sangrento ou o dia D

Hoje tenho um Domingo sangrento pela frente. Tenho que provar a minha competência, nem que para isso seja o mais chato dos seres. Sinto que a pressão recai toda sobre mim. Porque sou o elemento novo, frágil e comedido. Estou a falar, obviamente, dos meus afazeres profissionais. Dentro de um shopping, a trabalhar, não há noite nem dia. O sol quente da rua não se estende indefinidamente. Só sei que já é noite quando as luzes dos corredores se ligam à porta da loja. Hoje vou munida de relógio. Para saber em que parte do dia me encontro. Se na habitual hora de ir a casa da minha avó nos domingos à tarde, ou se são horas de regressar à Covilhã. É estranho como as rotinas se podem alterar tanto. De qualquer maneira estou bem e cheia de vontade de fazer mais e melhor. Afinal (e como gostam de dizer os meus superiores)gente que queira trabalhar não falta e há montes de currículos à espera. E no meio de tanto currículo eu tive a sorte de ser escolhida. Não sei se pelos meus lindos olhos se pela vontade que mostrei. Agora há que mostrar eficiência.

Vou.

sexta-feira, 18 de março de 2011

0.00 de embriaguez. 9.99 de estupidez

Hoje começo oficialmente a trabalhar. Não podia haver desculpa melhor para mim hoje. Desculpa para o que não interessa. Já escolhi a minha farda de trabalho e é bonita. Se há coisa que muda o mundo aos olhos de uma mulher é o facto de ela se sentir bonita. Eu apesar de tudo sinto-me bonita. Bonita sobretudo porque ainda ecoam as palavras que me foram dirigidas ontem. Eu raramente me sinto muito feia. Mas tenho os meus complexos fundamentados.

(pausa para ver se a massa espiral está cozida)

Por falar no dia de ontem...fiz o teste do balão! Mandaram-me parar os senhores polícias. Em três anos e meio de carta, já tinha passado por várias operações stop mas nunca me tinham mandado parar. Ontem foi o dia. Vinha de uma discoteca onde tinha ido acompanhar uma mini reportagem sobre os jovens e o alcool quando tudo aconteceu. Fiz pisca e parei. Deixei o carro a trabalhar mas era coisa para demorar. Os meus documentos e os da viatura. Desconfio que só pedem a carta para me chamarem pelo nome sem eu entender logo como raio o adivinharam. Depois de mostrar as papeladas, o senhor polícia perguntou-me se já tinha bebido. Eu, toda esperta, ri-me e só depois disse que não. POrque eu queria soprar naquele aparelho que só tinha visto na televisão. E o senhor polícia sempre esperançoso na minha embriaguez. Para seu desgosto, o resultado foi 0.00. "Hoje tá tudo a zeros, que tristeza", disse um outro senhor polícia. Desejaram-me uma boa noite e lá fui eu toda desembriagada para casa.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O macaco é mais pessoa que eu

Quando as pessoas criam hábitos, a vida torna-se perigosa. O hábito de se deixar magoar. O hábito de ser aquilo. O hábito de ser humilhada. O hábito de sofrer. O último será a soma penosa de todos os outros hábitos. Chorar torna-se contraditório quando as acções o mentem. Há uma coisa que eu gostava de frisar: continuas na minha vida porque sou fraca. Sou fraca todos os dias, todas as manhãs e quase todas as horas. Porque me esqueço de como és egoísta. Porque me esqueço que Barcelona foram só quatro dias e a vida são pelo menos 365 por ano. Peter Singer diz que nem todos os seres humanos são pessoas. Para ele, para um ser humano ser pessoa, tem que ser racional, autónomo e auto-suficiente. Penso que são essas três. Talvez eu não seja uma pessoa. Um macaco será mais pessoa que eu na medida em que terá mais racionalidade, será mais autónomo (já que eu preciso muitas vezes de um carro para me deslocar) e ainda auto-suficiente. Eu não me chego. Infelizmente.

quarta-feira, 16 de março de 2011

El Corte Inglés, la murte del portugués

Hoje estou encarregada de acompanhar umas conferências sobre moda, com um designer chamado José Mendonça. Primeira observação: o homem é sopinha de massa. Segunda observação: como é que alguém que fala assim pode ter credibilidade? Terceiro pensamento: será gay? Depois vieram ainda mais algumas observações que o meu ouvido não deixou passar em silêncio. O homem está em Londres e trabalha como freelancer no El Corte Inglés. Talvez por isso tenha dito podamos (eu por acaso não sei cortar os ramos das árvores, quem faz isso muito bem é um tio meu) e ainda tanhamos em vez de tenhamos. Ele avisou que às vezes lhe saíam palavras em inglês (que bonito, fala inglês com naturalidade). Mas e o português? Sim, posso estar a ser injusta para com o senhor. Ele até parece ter estatuto para se enganar uma vez ou outra, mas não podia deixar de fazer estas observações. Até porque são espontâneas.

Uma coisa que quero ainda ver esclarecida é o meu modo de pausar. Uso sobretudo os pontos finais porque quando estou a pensar no que escrevo, penso exactamente com essas pausas. Se é ponto final é porque há uma pausa maior entre duas coisas pensadas. Quando há vírgula isso não acontece. A pausa é menor. Quase não existe no meu palavrear mental.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Não bebo café, haverá cura?

Tenho uma avó que não entende porque não bebo café quando vou ao café. Já quase falei com Deus para ver se ele me dizia qual o meu problema, mas como a minha avó é muito amiga dele, já lhe deve ter perguntado. Até hoje, depois de (aproximadamente) sete anos a perguntar, parece ainda não ter obtido resposta. Nem do Senhor nem da Letícia. Quando vou ao café bebo chá se estiver frio (ou um carioca de limão, porque parece uma linguagem mais técnica), no verão uma Frize de groselha ou um gelado. Não é muito variável. Já tenho comido gomas na sequência de invejar as do Rafa. Mas não parece ser natural uma rapariga de 21 anos dizer "para mim podem ser umas gomas de banana". Sim, gosto muito daquelas gomas em forma de banana. Há já uns anos que são das minhas preferidas. Também gosto dos pauzinhos vermelhos. Por falar em gomas, no armazém da Cache Cache há umas daquelas de ursinhos. Sabem mesmo bem, entre arrumações e correrias. E mousse de chocolate caseira? Eu não gosto de mousse, mas só até ser caseira. Se bem feita, pode ser um sonho gastronómico. Com umas nozes por cima para impor mais respeito. E mariquice. Vou experimentar um dia destes. Quem quiser oferecer-se como degustador, o meu número é o 96...

domingo, 13 de março de 2011

العودة في الوقت المناسب

A vida corre-me bem. Não posso, mas vou, queixar-me. Falta sempre algo. O fim de semana fez-me recuar no tempo. Fiz várias paragens. Uma em Barceloneta e outra nos problemas familiares. De sempre.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Presente, mas não de aniversário!


Às vezes há coisas que denunciam o que a prática não faz. Um sorriso acontece cada vez que olho para este porta-chaves. Pode não ser o sorriso dos lábios, mas é.

terça-feira, 8 de março de 2011

Ciudad Rodrigo/Acampamento/Saídas/InterRail/vida

Abri uma página na internet. Essa página tem fotografias e não é o Facebook. Parece que podemos ser os seres mais felizes do mundo num momento e no momento seguinte somos uma coisa lastimável que se faz mover entre os demais corpos. É isso que me sinto muitas vezes. Mais um corpo a povoar a Terra. Sítios onde não vou, pessoas com quem não estou. Amor? Que tipo de amor deixa excluído o Ser amado? Não sei, mas já não consigo ser feliz com tão pouco. A praga das baratas propagou-se a todos os momentos. O Ser amado que sei que sou, é apesar de tudo merecedor de pouco. Todos os demais têm um pedaço de sorriso, fragmentos de palavras, direitos sobre ti. O teu nome é propriedade de todos e de ninguém. O meu não existe em correlação com o teu. O meu nome é sempre riscado da lista. Melhor, não consta dela. De ti sei apenas o que pergunto ou o que os olhos vêem. Muitas vezes sei o que o coração me faz sentir. Vivo nas sombras da tua vida. À margem. A meta de partida ficou para trás. O caracol está a passar-me à frente. Feliz. Eu, o animal veloz, estou ferido. Não ando, estou parado. Desesperado pela minha recuperação. As poucas rotas que traças no futuro certo doem mais que picadelas de abelha. E porquê? Porque sou mera espectadora dos riscos que traças. E tu, talvez sem saberes, falas da minha exclusão como quem fala da crise. Com normalidade.

Lacrimejando... Sou eu.

domingo, 6 de março de 2011

Momento musical do dia

Eu gosto disto.

Sim, o gordo da imagem assusta um pouco

Pensei isto agora:

Comprei laranjas, agora tenho de come-las. Metáfora ou não? Eis a questão.

E assim escureceu o dia lá fora

O meu dia começou cedo. Às nove e meia da manhã tinha hora marcada no pavilhão desportivo da UBI. Torneio de futsal feminino. Passei horas de frio, a tirar umas rascas e longínquas fotografias e a fazer umas perguntas rápidas. Dei-me conta que talvez não tenha tanta vocação para o jornalismo. O saber escrever é muito pouco. Tenho que saber não complicar, falar com as pessoas assim que tiver oportunidade. E se não tiver essa oportunidade, terei de ser eu a criá-la. Ser insistente comigo e com os outros. No meio de tudo isto, tive alguma sorte de principiante. Haviam pessoas com quem eu queria falar. Entre elas o SENHOR admininstrador da UBI e o presidente da Associação Desportiva da Estação. Um deles procurei e encontrei. Fui perguntando e alguém me apontou para o senhor com chapéu à inspector Gadget. Eu perguntei e ele cumpriu o seu papel falando aqueles clichés desportivos e não só. Falou o tempo necessário e demonstrou alguma familiaridade com o jornalismo e seus trâmites. Andei a vaguear pelas bancadas e fui estacionar ao lado dos meus colegas jornalistas. Mais tarde apercebi-me que havia a zona reservada à imprensa. E faltava-me falar com alguém ligado à UBI. Nem que fosse a empresa de limpeza dos pavilhões. Estava eu a pensar na morte de um animal qualquer que não da bezerra, quando me aparecem muito bem colocados, administrador e dois homens que empunhavam dois espectaculares gravadores. Não sabendo eu quem era o entrevistado, mas estando certa de que devia interessar, foi só ligar o gravador (no caso o mp3 da Sony que me foi amavelmente oferecido). Depois perguntei quem era e descobri que era a peça que faltava. Que dizer? Vida de jornalista.

Na segunda parte do dia, entre falhas de computador e siestas alongadas, o céu foi escurecendo lá fora. Já comecei a estruturar a notícia e a desenvolver o meu léxico desportivo. Agora tenho o barulho de fundo da televisão e penso um pouco no dia. E nos dias. Estou por exemplo a pensar que ontem eram só pessoas a dar-me parabéns no Facebook e mensagens no telemóvel e atenções redobradas. Hoje as pessoas voltaram às suas vidas. Eu voltei às paredes do meu quarto. Que até gosto. Altos e baixos. Voltas e reviravoltas. Sol e chuva. Amor e exclusão.

Tenho escrito menos, voltei.

sábado, 5 de março de 2011

Bolo cor de rosa


Na falta do bolo no forno da minha mãe, há um bolo com cor de menina. Oh. Em minha casa eu fiz anos mesmo não estando lá.

Chega ao fim o 5 de Março

Em dias como o de hoje apetece-me ter vidas que não tenho. Apetecia-me ter um namorado por exemplo. Que me levasse a ver o Cisne Negro e me fizesse uma proposta indecentemente amorosa. O que tenho eu? Fragmentos incertos. Momentos fugazes. A solidão do meu quarto escuro. Já tenho 21 anos e uma incerteza...quanto mais tempo te restará?

sexta-feira, 4 de março de 2011

Carências transcritas pela escrita

De repente percebo porque diz o professor Herlander que quem não está na rede não existe. Todos sabem que eu faço anos hoje graças ao Facebook. Um pouco aborrecido. Eu não sou daquelas pessoas que vai escrever "parabéns =)" aos murais das pessoas quando o Facebook me alerta para isso. Tenho agradecido a quem faz o esforço de carregar nas teclas P, A, R, A, B,´, E, N, S. Sinto-me na obrigação de carregar nas teclas O, B, R, I, G, , A, D, O. Já me cantaram a música três vezes e de uma forma até com graça. Não posso queixar-me de falta de protagonismo. As pessoas parecem estar a dar importância ao dia 5 de Março. Satisfaz-me um pouco, num momento da vida em que preciso de ser mimada por pessoas. Dois alguens lembraram-se de me fazer capuccino com chantilly. Momento a três pessoas e a cinco estrelas. Estou contente. Espero que não se tenham esgotado os mimos porque depois de dormir quero mais. Entretanto e como também é Carnaval, deixo uma foto de como eu estava antes de me sentar na cama e relatar coisas de uma rapariga que escreve. Carências transcritas pela escrita.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Urbi et Orbi

Hoje o meu dia começou antes de o despertador ter despertado. Gosto destes pleonasmos. Dormi com uma ansiedade quase inexplicável. Quase.

(Texto interrompido para fazer testes com câmara de vídeo do TUBI - televisão da Universidade da Beira Interior. Eu, Letícia Neto, a ser entrevistada por Maria Campeão com imagem de Vanessa Colaço)

Outra das coisas que me tirou o sono foi o facto de estar ansiosa pela cobertura de um evento (internacional) de futsal feminino. Já agora, fica aqui o link do Urbi et Orbi, onde se podem ler as minhas notícias, entre outros. Já está lá a minha notícia um tanto desinteressante. Prometo melhorias na segunda.

http://www.urbi.ubi.pt/

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tudo acaba um dia. Algo começa noutro.

Nada parece ser para sempre. Talvez nem a morte. Porque se nunca cheguei a morrer, não sei se há outro estado que não seja vida ou morte. Maus momentos não duram sempre. Hoje não me posso queixar. Sei que a minha felicidade não chega a tocar a plenitude, mesmo que colocada em bicos de pés.

A insatisfação dos génios ou tão somente a insatisfação do mais comum dos mortais.

Há uns tempos atrás devo ter referido que o meu LCD sofreu um atentado e foi-me dito que a garantia não ia cobrir os estragos. Surpreendentemente cobriu e eu reconheço agora que tive sorte. Outra das coisas que hoje me deixa feliz é ter sido pré-contratada para trabalhar ao fim-de-semana. Não falarei de nomes para já. Cache Cache.

Não tenho escrito. Fui de fim de semana e a minha escrita foi comigo. No sábado à noite estive bem acompanhada. Comi carbonara com sabor a bacon, molho bechamel e secundária. Foi bom. A conversa, a comida, as pessoas. Dei gargalhadas não sei a propósito de quê. Joguei aquele jogo com tacos e bola. A que alguns chamam bilhar e outros snooker. Já me explicaram a distinção, mas eu não assimilei o conhecimento. A Raquel tinha saltos altos confortáveis. Palavra dela. Eu acho que conforto e saltos altos não são compatíveis. Mas ela fica bem de saltos. Eu não. Eu tenho complexos. Sou uma pessoa relativamente alta e se uns saltos já chamam a atenção, um arranha céus no meio de um prédio de cinco andares, chama mais ainda. É mais ou menos essa a sensação. Além de que posso cair. Como as meninas do vídeo a seguir.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Quase perfeito ou mesmo perfeito?

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Complexo de Letícia

Estou cansada. Um cansada de quem fez tudo o que devia ter sido feito. Ao contrário da música do Pedro Abrunhosa que pede para se fazer o que ainda não foi feito. Tenho medo de o admitir, mas estou feliz. Dias agitados, tempo selado à escrita. Hoje tive metade de uma aula de Ética e outra metade de uma aula de Direito a pensar nas minhas leis e na minha ética para o amor. Sou rapariga, que fique bem claro. E as raparigas falam das paixões carnais como um dentista fala de dentes. Ou seja, falam muito disso e sobre isso. As amigas dedicam-se mesmo a falar sobre esses assuntos. Pois que eu começo a sentir uma frustração quando confrontada com conversas que deveriam fazer sentido. Talvez tenha um problema sem compreensão possível. A mim faz-me quase uma espécie de comichão aquele tipo de relação em que não se passa nada. Não há sal, não há açucar...não há tempero nenhum. Claro que a estabilidade é uma coisa que se ambicione. Mas dentro da estabilidade a pitada de sal a mais renova as coisas. Eu vivo na mais acérrima das instabilidades. Depois, cada acto parece um momento irrepetível. Não mais vivenciável. Estranho. Já tentei perceber-me, já tentei perceber o resto da laranja, mas as horas prolongam-se e eu não consigo sair do círculo. Se os muito bons momentos compensam os maus, temo que não, mas...

...temo ainda mais que sim.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Maria do Céu é solteira

Estou numa aula, embora não me pareça. Estou numa coisa que se chama Atelier de Jornalismo. Acordei às 07:56 e estou até agora (10:57) sem ver motivos para o ter feito. Enquanto esperamos numa sala que nos foi apresentada como a sala que tem ar condicionado, escrevo. Já fui ao Facebook ver o que se diz hoje nos jornais e revistas que eu escolhi para aparecerem no meu mural. Já estive a falar sobre vestidos e planos no MSN. Já revi a notícia que devo publicar hoje. Já bebi o iogurte de banana da Mimosa. Estou a ficar com falta de criatividade, devo dizer. Tenho aulas três dias por semana e depois é isto? É boa vida a mais para uma pessoa como eu. Como já disse, não gosto do não ter que fazer.

Ontem à noite escrevia mais um texto para meter aqui quando o computador se desligou. Resultado: perdi o texto. Mas lembro-me do assunto com que comecei. Questionava-me sobre a lógica pouco lógica de se meter like numa publicação própria. Ora, se eu meto um vídeo no meu mural, o que vem acrescentar um like meu? Segundo me consta, as pessoas normais (e atenção ao normal!) não falam ou não mostram o que não gostam. Eu podia fazê-lo sob a forma de ironia, mas eu não me incluo naquele conceito do normal. Outra coisa que me faz pensar prende-se com umas frases que às vezes aparecem por lá. “Maria do Céu é solteira”. Que raio. Estamos a falar de gado? Será como os brincos que as vacas usam nas orelhas para serem identificadas? Atenção, nada a dizer das vacas. Foi só um exemplo. Os cães têm chips. As cadelas também. Porque não aparece que a Maria do Céu é estrábica? Há depois quem esteja numa relação. Aí sempre é mais digno. Há uma diferença de intenções que faz toda a diferença. Quando alguém mete que está solteira, na verdade quer dizer muito mais. Afinal, no BI sempre foi solteira. Basta mostrá-lo. No cartão de cidadão parece que não aparece. Fui ver agora. O que alguém quer dizer quando altera o seu estado civil para o solteirismo é o seguinte:

Olha, ex-namorado(a), estou aqui a meter a placa de “trespassa-se”;

Mundo, estou tão contente que estou a contar a boa nova! Estou tão bem da vida…

Mãe, não sei como te contar, mas o João já não vai jantar lá a casa para a semana.

Oh Procura! A oferta está mesmo aqui! Vão ver as minhas fotos de biquíni ou em tronco nu! Ou os meus olhos azuis!

Já as pessoas que entram numa relação, estou só e apenas apaixonadas e com vontade de comunicar ao mundo esse estado (que para alguns e algumas é um feito maior). Também contém a intenção de ler nos comentários:

Então, quem é o sortudo(a)?

Estou contente por ti amiga(o)! Tu mereces.

Atenção: O facto de eu meter os (a) e os (o) é para não deixar ninguém de fora. Porque na realidade as raparigas são mais dedicadas a estas coisas. Geralmente. Fico por aqui. O Facebook tem conteúdo para isto e muito mais. Não menosprezando os seus bons usos, que também são alguns.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mau começo de dia

O dia começa bem. Depois de uma noite em claro acordo e recebo uma mensagem do número 4010. Este é o numero que nos manda informações sobre a bolsa. A mensagem confirma que na sequência da minha reclamação, a bolsa de estudos baixou ainda mais. Resta esperar por D.Sebastião, isto é, pela resposta do Senhor Administrador. Apetece-me insultar pessoas. Nomeadamente um funcionário dos Serviços Sociais que se afirma muito competente. E que se julga a piada em pessoa. Como eu não me rio do que ele diz, resolveu ser competente comigo. Se a minha bolsa for revista e devidamente atribuída, vou lá dar uma palavra ao Senhor funcionário.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Comi carbonara, aquela de sempre

Hoje não vou escrever mais. Estou muito ocupada a pensar. Em quê? Difícil concentrar uma amostra. Não há uma receita para mim. Não consigo emagrecer. Nem com exercício nem com falta de alimentação. Metaforicamente. Tudo é metáfora aqui. Nunca fiz dieta. Mas voltando à camuflagem das palavras...estou cheia. Comi bem. Carbonara talvez.

Burlesque

Ontem não escrevi. Mas tinha intenção de o fazer. Mesmo antes de o meu computador ter tido uma paragem cardíaca. Como eram já três da manhã, não tentei reanimá-lo e fui dormir. Ter mais visitas agora faz-me ter vontade de escrever sempre. Porque parece que há gente quase à espera que o faça. Será que me estou a sobrevalorizar? Questão secundária. Hoje vi um semi filme. Burlesque. Eu gosto da Christina Aguilera, mas hoje foi dose a mais. Não estava preparada para tanta música aos berros num só filme. Valeu a música calma da Cher, mas ainda assim...


(Pausa. Mensagem da minha mãe)

Quase dois dias sem sair à rua é triste para mim. Então fui dar uma volta a pé. Já noite, mas fui. Tá uma noite temporalmente boa para passear. Eu gostei. Vento leve. Cabelos esvoaçantes (agora que tenho o cabelo mais comprido ele voa que se farta).

Não estou inspirada. Apetecia-me andar na rua. Acompanhada.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cartão de estudante à Catalão

Hoje o dia foi longo. Deu para fazer tudo e mais alguma coisa. Dias assim valem a pena. Troquei a habitual sexta de regresso a casa por um dia cheio. Estive sempre cercada de pessoas. Eu gosto, mas elas não impedem que eu me sinta sozinha. Sinto. Não que isso seja necessariamente mau. Eu gosto do meu isolamento. Gosto de me sentar na cama com a minha roupa menos apresentável e escrever. Como o faço agora. Lavo os dentes ao mesmo tempo. Não gosto de lavar os dentes na casa de banho. Parece uma eternidade. Estou sempre a pensar que já passei com a escova em todos eles, mesmo os de mais difícil acesso. Assim, se estou a fazer outras coisas não dou pelo tempo que passo a esfregar os caninos e os molares. Acho que lavo melhor os dentes que estão do lado esquerdo. E não sei porquê. Por falar em dentes, hoje choveu. Por falar em chuva, hoje fui comer francesinha ao Serra Shopping. Menu estudante. Tive que o demonstrar. O único cartão de estudante que tenho é o meu cartão de estudiant da Universitat Internacional de Catalunya. Que estranho. Isso fez-me pensar nas saudades que tenho. Das pessoas. Custa-me aceitar que não vou voltar a ver o Jordi, o Dani, a Joana. Muito dificilmente os voltarei a ver. E lembro-me dos olhos aguados da Joana (a dona de casa) na manhã em que vim embora. Afinal não era só eu que tinha vontade de o fazer. Chorar. E fui ao Facebook da Vanessa, ver uma fotografia onde estão quase todos os habitantes daquela que foi a nossa casa durante meses. Breves. Oh. Que vontade de aparecer lá e ouvir as suas vozes mais uma vez. O cheiro. Tudo.


Eu sei, sou uma queixinhas incurável.

Frase de um filme:

Dá-me a chance de sentir a tua falta.

Siesta

Hoje dormi uma boa e demorada siesta. Cada vez gosto mais de dormir. Há dias em que tenho duas horas de almoço e aproveito uma delas para dormir. Tenho dormido muito bem. Até tenho medo que a fase acabe. Durmo bem porque não tenho andado nervosa, nem excitada com alguma coisa. Nem a pensar muito nas coisas chatas da vida. Só penso muito esporadicamente. Agora por exemplo, pensei na minha mãe que não deve ter achado grande ideia eu ter ficado na Covilhã sem sequer ter avisado com antecedência. Enquanto isso desvio o meu pensamento para coisas mais produtivas. Como por exemplo, escrever as minhas ideias quanto a temas de reportagem. Tenho três. Ideias condicionadas pela exequibilidade são uma chatice. Um dia conto sobre o que farei. XOXO, Gossip Girl

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Laetitia

Diz o Google sobre o meu nome: Do latim (Laetitia) = alegria, quem traz alegria, é um nome da onomástica da língua portuguesa.

Quinta-feira! Uh!

É quinta-feira lá fora. Dentro do meu quarto é mais uma noite acolhedora de candeeiro aceso. É nesta hora que a realidade vem ao meu encontro. Qual realidade? A que me foi tantas vezes omitida.

Balanço do dia. Cansativo psicologicamente. Tenho conseguido alhear-me de partes da realidade, mas depois a minha mãe entra em cena para me fazer sentir a pior filha do mundo, nos serviços sociais dizem-me coisas estranhas e por fim sinto-me um ser humano ou pessoa (não sei muito bem qual) deprimente. Isto do Ser Humano e da Pessoa não serem a mesma coisa tem a ver com uma teoria manhosa da Ética. Da qual não mais falarei por desconhecer as justificações que levam alguém a fazer tal distinção. Disse a professora que segundo essa teoria, as pessoas quando nascem não são pessoas, mas sim seres humanos. A pergunta que me ocorreu foi: Tenho um irmão de seis anos, como é que eu posso saber se ele é pessoa? A resposta foi tímida e nada esclarecedora. Senti-me bem a fazer piada do assunto.

Ah, a Cátia disse-me hoje que um amigo dela lhe disse que eu tenho uma espécie de poder. Isto baseado na aparência física. Como não me gabar de um elogio destes? Impossível. A Cátia mora comigo. É da Madeira e claro, vota no Alberto João (eles lá não usam o jardim).

Excelentíssimos senhores:

Acabei de redigir uma carta ao Senhor Administrador. Este SENHOR é só a expressão que contém toda a ironia de ter que lhe escrever. Segundo me foi dado a entender, escrever ao Senhor Administrador é o mesmo que escrever ao Pai Natal. Ou a Deus. Mas eu acreditei no Pai Natal até à pré-adolescência e talvez essa faceta tenha regressado para me motivar. Pelo menos tentei. Para os que não têm o poder de adivinhar digo que esta conversa toda se deve ao valor irrisório da minha bolsa. Parece que sou obrigada a concordar com a teoria maléfica de que Portugal está em crise. Não está em crise porque estamos todos sem dinheiro, está em crise porque quer-se que voltemos todos às actividades dos que nada mais têm para oferecer que só e apenas a força das próprias mãos. Talvez o problema esteja na relatividade das coisas. Que são 150€ para o Senhor Sócrates? Provavelmente nada. Lembro-me agora de uma frase que disse Cavaco Silva numa daquelas passeatas em tempo de campanha eleitoral. Dizia ele respondendo a uma pensionista queixosa: "Olhe minha senhora, a minha mulher está como a senhora. Recebe de reforma apenas 800€! Depende de mim." Só me apetece sugerir que volte a sopa dos pobres para que a Senhora Primeira Dama não passe fome. Imagino o drama das professoras reformadas que não estão casadas com Senhores Presidentes da República. Meus SENHORES, sei que vos pagam viagens para todo o lado, mas essa viagem à Lua além de estar a ser cara, está a dar cabo de mim. Uma aterragem agora já não seria propriamente de emergência.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Prenda inesperada


Diz-se muitas vezes que não se sabe como ajudar alguém. Eu tenho como o fazer e com toda a normalidade do mundo. E isso parece realizar-me de certa forma. Estarei a ficar velha. Aqui estão as sapatilhas para contrariar a minha velhice.

Diz a Letícia nocturna:

É muito difícil combater na guerra do anti-amor.

Gaja não. Rapariga. Mulher. Piscina.

Fui às piscinas. Escolhi muito mal o primeiro dia. O mais certo seria eu molhar-me quando chegasse ao destino mas a ordem dos acontecimentos não foi essa. Quando cheguei lá as minhas calças de fato de treino podiam espremer-se com relativa facilidade. O percurso não foi curto tanto em distâncias como em peripécias. Pessoas a andar a passo de caracol que tive de ultrapassar, vento a desequilibrar-me a mim e ao meu guarda-chuva, uma quase queda como resultado de um passeio para gafanhotos, resumindo, mau dia. O bom de tudo foram mesmo os 40 minutos que estive dentro da piscina. Passou muito bem o tempo. Nova tarefa de rotina. Estou com aquela boa sensação de cansaço. Agora um diálogo mais ou menos (fielmente) traduzido:

Nuno: Pois, ir às piscinas (na Covilhã) sem carro é complicado.

Letícia: Eu tenho carro, fui a pé porque gosto, escolhi foi mal o dia.

Nuno: Uma rapariga que gosta de andar a pé? (Vénia). As gajas gostam de andar com o rabo tremido, isto é, gostam de andar de carro. És uma raridade.

Letícia: Devo ser. Não ando mais a pé para as minhas amigas não pensarem que sou poupada.

Foi sumatoriamente isto. Uma gaja que gosta de andar.

Only you know me



Música que também gosto. Já gostava.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A minha terra vai ser um erro de português

Longa caminhada, pensamentos múltiplos. O novo acordo ortográfico. Acho que é a invenção mais absurda dos últimos tempos (a par do novo sistema de atribuição de bolsas). As pessoas já se fartam de dar erros ortográficos, não é preciso inventar um pretexto convencional. Isto vem dificultar a vida de alguns professores porque assim fica mais difícil detectar os plágios vindos da terra do samba. E do Lula. O período de adaptação vai até 2015. Até lá posso escrever como sei. Pelo menos aqui. No Urbi et Orbi não sei se é obrigatório escrever segundo este acordo. Talvez seja um bom exercício para mim que aspiro à vida jornalística. Fui tentar perceber as principais mudanças:

Acrescentam-se ao alfabeto as letras K, W e Y. Mas a oficialização destas letras no alfabeto é só isso mesmo. Enganem-se os que pensam escrever bem quando escrevem "Kero-te tanto meu amor"...As três letrinhas só são permitidas em nomes próprios (Kant) e seus derivados (kantiano), unidades monetárias (yuan), símbolos e siglas (km) , topónimos e seus derivados (Washington), desportos e desportistas (windsurf).

Os nomes dos dias da semana, dos meses do ano, os nomes dos pontos cardeais e colaterais, passam a escrever-se com letra minúscula. Tenho a ideia de que já se fazia isto, excepto (ou exceto) nos meses do ano. O meu irmão mais velho é que sempre escreveu tudo a minúsculas. (Talvez isso explique o facto de ter ficado pelo nono ano)

Os títulos de livros ou outras obras, as formas de tratamento (até mesmo as mais honrosas e apanisgadas!), os nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas escolares, locais públicos, monumentos e edifícios, ficam à vontade do freguês. Cada um escreve como bem entender. Há aqui uma margem de manobra para os mais criativos.

Desaparecem as consoantes mudas. Quase todas. Ficam as excepções para alguém ter que as decorar para o teste de português em particular e para a vida em geral.

Desaparecem os acentos gráficos em alguns verbos (por exemplo, vai escrever-se veem em vez de vêem), palavras como espermatozóide e asteróide vão também ficar mais despidas (atenção que o número dezoito já estava contido nesta regra, regra esta que supõe a acentuação oral mesmo não estando acentuada graficamente. Não me venham cá dizer que dezoito vem de oito porque é mentira. Vem de 17). As palavras homógrafas como Côa (o rio que passa na minha terra) e coa de coar vão escrever-se da mesma maneira. O nome da minha terra, Seixo do Côa vai conter erro de português. Além de nos chamarem calhaus, vão chamar-nos burros.

Os hífen estão em vias de extinção também. Vai escrever-se fotorreportagem, minissaia, hás de(para os que dizem hades, podem continuar sem o hífen) e quando apanhar a A23 vou estar na autoestrada e não numa auto-estrada.

O micro-ondas mantém o hífen assim como o feijão-verde e outras espécies das áreas botânica e zoológica.

Para concluir, há uma série de palavras em que o português de Portugal se vai continuar a diferenciar do português do Brasil. Mas será muito difícil saber quais. Porque os portugueses vão ter de escrever dececionar e corrupção, enquanto que os brasileiros vão ter de escrever decepcionar e corrução. Alguém consegue ver coerência nisto? Eu não.

Continuando.

Tenho a minha primeira notícia em mãos. É sobre uma série de acções onde a Bastonária da ordem dos enfermeiros vai estar presente. Eu vou estar na sua recepção no Hospital Pêro da Covilhã. Escolhi esta notícia porque ninguém a quis na hora de distribuir a agenda e porque a minha irmã é quase uma enfermeira. Agora tenho de pensar num tema para a minha reportagem e numa pessoa que seja entrevistável. Tudo isto com ou sem a aplicação do novo acordo ortográfico.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Para celebrar o dia dos peluches...


...e das velas!

Sagacidade

Amanhã tenho uma aula. Há mais de dois meses que não tenho aulas a sério. Atenção: tive duas aulas de Teoria Política pelo meio. E tinha que o dizer porque, e em abono da verdade, as aulas foram...agradáveis. E o professor pode ler isto vá. Entre a preparação para o seu discurso na Assembleia da República e a viagem a Buenos Aires, o professor David lê estes textos. Deverei eu empenhar-me mais em tornar isto uma coisa séria? Aqui vai:

A raposa tem SAGACIDADE.


Não, não é queda de pêlo. Ah! Agora ninguém sabe! Só eu e o professor!

Talvez deva substituir esta necessidade de escrever pelo penúltimo episódio de Modern Family. E agora sem grandes artefactos e graçolas, digo que é uma honra ter David G. Santos a tecer comentários às minhas palavras mais bem guardadas. E isto definitivamente não é graxa. Tive 14 no exame de Teoria Política. O mal está feito.

Silenciar as lágrimas

É difícil compreender a dor dos outros quando a nossa parece a mais pesada e dolorosa de todas. Hoje senti-me pequena. Consulta de infecciologia no Fundão. O peso das palavras de uma médica sentiram-se durante a meia hora de regresso à Covilhã. Nos filmes parecem dramas nobres, na realidade é bem diferente. Estou esgotada. A rotina de consultas é desgastante. O tempo de espera é desesperante. E eu que só estava no papel de acompanhante...

Pessoa

Tenho saudades.

Estou profundamente magoada.

O segundo dos estados não impede o primeiro. É pena.

Tudo seria mais fácil se eu fosse apenas uma máquina.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Música


Vou gostar desta música até que a morte me separe dela.

Gargalhadas fugazes

Hoje era um daqueles dias em que teria muito para contar ao meu melhor amigo. Na sua lamentável mas necessária ausência, aqui estou eu para relatar ao mundo as peripécias de uma rapariga com franja. O dia começou mal. A minha mãe até me perguntou a que se devia o insuportável mau humor matinal. Talvez à sensação de que um camião carregado de alcatrão me tinha passado por cima durante a noite. Acordei toda dorida. Talvez se deva ao facto de ter tido todos os sonhos possíveis e imaginários durante uma só noite.

Continuando.

O dia começou mal, continuou mal e acabou bem. Até às quatro da tarde nada de relevante se passou. Estive em casa votada ao aborrecimento. Entretanto disse à minha mãe para irmos passear e lá fomos nós andar um pouco pelos caminhos esperadamente cheios de lama. Andámos, conversámos e o homem de seis anos que dá pelo nome de Rafa ia sempre acompanhando. Pisava nos charcos quando pensava que ninguém estava a observá-lo. Estava eu. Mas fingi que não. Ainda houve tempo e espaço para ele se lembrar de um passado longínquo, onde o seu amigo Peu tinha ido com ele de mota. Memória surpreendente. Quando estávamos na rota inversa, a caminho de casa, começou a chover. Não uma chuva qualquer. Era chuva da que molha até o soutien mais requintado. Foi o caso, devo dizer. Chegámos a casa pior do que sai a roupa de uma máquina de lavar. Foi espectacular. A minha mãe teve que se render às evidências e rir-se com o sucedido.

Mas o dia estava longe de acabar.

Paragem seguinte: Guarda, Decathlon. Fui acompanhada por quatro seres do sexo masculino que estiveram uma hora na secção de pesca. Não foram 15 minutos, foi uma hora. Sem exageros, talvez tenha sido mais. Tudo porque a temporada piscatória começa em Março e convém reforçar o arsenal. Enquanto isso, eu joguei ping pong, escolhi o fato de banho da natação e...passei a maior vergonha da minha vida. Oh. Que vergonha! Calma, estou aqui para ir até ao fim. Já nada importa depois do que passei hoje. Expectativas altas? Aqui vai. Já alguém foi a um provador na Decathlon? Eu nunca. Dei volta à loja quase toda na busca desse compartimento fechado. Nada. Restou-me perguntar a um dos dois empregados que estavam a olhar para uma daquelas passadeiras de correr. Ele apontou na direcção de umas portas suspeitas. A verdade é que o dedo apontava para várias coisas ao mesmo tempo. Fui dar à porta de emergência. Sim, tinha escrito porta de emergência a letras de Outdoor, eu li. Mas abri para ver se a minha emergência de experimentar uma peça de roupa coincidia com a emergência que a abertura daquela porta supunha. O que se seguiu foi sangrento. Mentira. A minha cara é que deve ter ficado com uma cor sanguinária. Só vejo empregados a correr na minha direcção e eu a fugir na direcção de um provador que tinha aparecido como que por magia. O pior de ter entrado nele foi o ter que sair. Se isto não foi a maior vergonha da minha vida, prefiro morrer do que esperar para ver. No meio da desgraça, nenhum dos meus acompanhantes (de luxo) se apercebeu de quem tinha sido a bandida do alarme. Só no MC Donald tive a sensatez de explicar o sucedido. Eles foram solidários e só se riram. Coisa que eu fiz em dobro mais tarde à custa deles.

O episódio seguinte dá-se no estacionamento do MC. Estávamos à conversa ao abrigo da chuva. Vá, entre a conversa poderia ter havido alguém que fumava. Não eu, porque fumar não é para mim. Ao nosso lado estava uma senhora de meia idade a fumar também. Nas mesmas circunstâncias que nós. Pois que entre conversas animadas, estava um condutor em sérias dificuldades para tirar o carro do sítio onde o tinha estacionado. Comentámos animadamente a nabice do homem, rimo-nos e depois de todo o mal estar dito, a mulher ao nosso lado acaba o cigarro e entra no carro. No mesmo carro onde estava o condutor nabo! Eu ri-me. Sim, ri-me muito.

A passagem pela Guarda acabou no centro comercial Vivaci, onde vi de longe duas pessoas de que gostei bastante. Os meus primeiros patrões. Um pouco mais que patrões. Já no estacionamento vi o meu amigo ZP, onde já fui feliz tantas vezes. Passei-lhe a mão como quem faz festinhas ao gato. Tinha saudades de um carro.

Na A23 houve tempo para uma corrida com um Opel Corsa branco de matrícula EN. Que vinha para a Covilhã. Ganhar a corrida era uma questão de honra, mas perdi. Perdi na estrada e acabo por perceber que na vida também perdi, mas mais lentamente.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Manny é precioso enquanto personagem

Séries. Lembrei-me de falar sobre isso.

Dependendo das pessoas, ter um namorado significa também ter séries para ver. Anti-vírus no computador. Problemas resolvidos ao nível das máquinas em geral. Ao longo de alguns anos em que fui despertada para tal, consumi (e continuarei a consumir) várias séries. Acho que é difícil eu não gostar de uma. No máximo posso gostar pouco ou gostar mesmo pouco. Skins é um desses poucos exemplos. Não vejo morangos com açúcar, mas deve haver uma génese comum. Sabendo eu do que se trata. Talvez eu tenha saído do armário antes do tempo e aquilo será para mim o que o meu pai chama de “a creche”. Sem pretender ser ofensiva nas minhas palavras, claro.

Continuando.

Desperate Housewives
gosto. Acho que foi a minha primeira paixão. Ou amor. Porque perdura. Sem euforias, perdura. E que personagem eu gosto mais? A Susan. É azarada, desajeitada, tem graça na sua falta de jeito. A Gaby tem um génio especial. Gosto sobretudo de como ela resolve as coisas. No geral, as personagens são todas representações muito boas.

Lost. A minha personagem preferida de Lost é o Sawyer. Porquê? Charme. Tem muito desse ingrediente. Adorava quando ele chamava freckles à Kate. Se eu tivesse sardas, gostava que alguém como ele me chamasse assim. Acho o John Locke uma personagem chata. Sabia sempre tudo. O Jack era bom de mais, fazia sempre o correcto, em nome do bem comum…daí eu gostar o suficiente dele. Só. A Juliet foi talvez a mulher que eu mais gostei. Porque em verdade se pode dizer que em Lost o macho imperou sempre.

How i meet your mother
. Pedaços de vinte e poucos minutos que podiam muito bem congelar o meu tempo. Gosto de todos, pois claro. Mais da Robin e menos da Lilly. Mais do Legen…(wait for it)…dary Barney do que do Marshall. A Robin é canadiana e isso deve demarcá-la dos outros.

Modern Family. O Manny é alvo do meu agrado. Tem especial graça. Pelo aspecto físico, pela interacção com o padrasto que tem idade para ser seu avô e com a mãe que lhe diz coisas em espanhol da Colômbia. Porque é um rapazinho prodígio que depois tem as suas contradições de criança.

Dr. House
. Bem, a personagem preferida só poderia mesmo ser o senhor da bengala que diz coisas com graça e com a expressão facial mais normal do mundo. E no dia em que ele se tornar um cubo de açúcar cristalino, deixa de ter sentido. Se o House dissesse à Cuddy que a ama todos os dias, no dia em que a beijasse o mundo com certeza não pararia para ver tal cena. Porque tudo o que de mais desinteressante tem a série é a parte em que dizem os nomes das doenças e as presumíveis curas. Isso são apenas artefactos. Enchimento. A série vale pelo brilhantismo de uma só personagem e do contributo das outras para que isso se faça notar ainda mais.


True Blood
. Perversidade, sobretudo isso. Ou pelo menos é o que a mim me salta ao pensamento. E gosto. Será das poucas coisas surreais que consigo ver com algum interesse. Pessoas que se transformam em animais, vampiros…mortes. A série está povoada de sombras. Personagens de que mais goste. Não sei. O Bill, o Eric (na imagem) e a Jessica. Normalmente os sempre correctos (ou o seu oposto) são automaticamente eliminados da minha preferência. Embora haja alguns que consigam surpreender. Gosto quando há um mau que tem um instante fatal que indicia a sua bondade. (Mais sobre as personagens: http://fangteambr.wordpress.com/personagens/)

Por agora é isto.