domingo, 19 de dezembro de 2010

...Oh.

Apetece-me chorar. Não que isso interesse. Mas apetece.

Lista de coisas

Apeteceu-me fazer uma lista de coisas, inspirada num blogue espectacular que enumera as coisas boas de Lisboa. A minha lista não tem um tema. É só uma lista. Envolve uma cidade espanhola. Que começa com B e acaba em A. E como toda a boa lista, começa com o número um.

1º O metro devia ser abolido em Barcelona. Faz muito calor no metro, cheira lá mal e não se vê nada para os lados. Em Bruxelas, por exemplo, o metro é um bom sítio para se estar por causa do frio e do lixo das ruas. Aqui, nesta tal cidade, não.

2º As gelaterias deviam ser importadas para todo o mundo e até para as aldeias do interior de Portugal. Assim como o pão fresco a cada esquina e ao sair da porta do prédio. Já que estamos no sector alimentício, era bom que houvesse, em Portugal, uma proliferação de restaurantes só para confeccionar os Kehbab no prato.

3º Os professores espanhóis parecem estar menos empenhados em manter distância dos alunos do que os que eu conheci ao longo de toda a minha vida estudantil. Uma grande diferença está no facto de tratarem os alunos por tu e serem tratados com esse mesmo tu. Isso faz com que as aulas pareçam menos aulas e mais partilhas de saberes. Na prática é bastante diferente.

4º O frio de Barcelona é o bastante para se brincar ao Inverno. Não chega a congelar as mãos mas dá para vestir os casacos novos de Inverno e meter um gorro com o qual simpatizámos.

5º Barcelona tem a vantagem ou desvantagem de ter sempre coisas para se ver. Depois de três meses, podem ainda descobrir-se coisas novas. Há festas de rua quase todos os fins de semana. Pode ser uma chatice ou um grande ponto a favor. Vista em poucos dias esta cidade pode parecer muito pouco. Mas bem descoberta tem um património infindável.

6º Uma outra coisa boa da cidade é que tem bancas de jornais e recuerdos por todo o lado. Os preços estão sempre anedoticamente inflacionados, mas é tudo fogo de vista. As coisas têm de ser negociadas. Refiro-me aos (marroquinos?) que têm lojas com os "I Love tudo e mais alguma coisa."

7º Pode andar-se em Barcelona, durante três meses, com a carteira e o telemóvel na mão que não se é roubado. Nas Ramblas os ladrões não roubam máquinas fotográficas porque deve ser difícil escolher uma no meio de tanta oferta. Pode ter sido sorte, mas não posso falar do que não vi.

8º Uma das coisas que a mim, enquanto chica portuguesa, me parece mal é fecharem os centros comerciais ao Domingo. Que estranho. Onde está o espírito consumista domingueiro dos espanhóis? É que nem o LidL abre. Não se pode ficar sem comida num frigorífico ao Domingo. Se o leite se acaba no Domingo, na segunda de manhã bebes água da torneira. Hehe. Mas se planeares as coisas, vais no Sábado às compras e evita-se tudo o resto.

9º A batalha entre catalão e castelhano é complicada de entender e difícil de separar. Mas o catalão é uma língua que tem a sua graça e dá algum gozo quando se percebe o que se está a dizer nessa língua. Porque não está ao alcance de tantos. Tem sons que ficam no ouvido e que apetece repetir.

10º Fica caro morar em Barcelona. Mas nada é impossível. Saldo positivo para este sítio.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Criança ou adulto? FIFA ou namorada? Escolhas difíceis.

Há uma espécie de homem muito atractivo. Esse homem é aquele que um dia comprará brinquedos aos filhos como desculpa. Porque os jogos e brinquedos são mais por ele do que para os filhos. Jogar a vida toda pode ser uma coisa bastante saudável. No caso do futebol é mais saudável ainda porque ajuda a evitar a pipa dos 50.

Essa espécie de homem chega aos 24 a jogar longas maratonas de FIFA ou outro jogo qualquer até que o sono se manifeste. Ou até que a razão resolva aparecer.

O amigo que costumava ser arranjou uma namorada e já não alinha tanto nas brincadeiras. Tornou-se aborrecido. Só quer saber da namorada. Já não lhe apetece pôr paralelos no meio da estrada. Ou ver quem faz chichi até mais longe. Resumidamente, parece estar a crescer juntamente com a responsabilidade de levar a namorada a dormir em casa dos pais.

A espécie de homem-criança de que vos falo, não quer esse crescimento para ele. O orgulho reside em ser como sempre se foi. Mas os anos passam. A secundária já lá vai e em pouco tempo acaba-se a vida universitária. Será um choque perceber que os amigos de substituição de uma vida já têm a sua própria vida. Séria. Já trabalham e qualquer dia casam. Já têm responsabilidades. Já não vivem num jogo fictício. Vivem a realidade. Se é assustador para mim que gosto de planear, imagino para este homem que não quer deixar de ser criança.

Mas que tem o seu encanto, tem. Porque não sente a responsabilidade nem a vergonha de não beber uma mini ou dar uma passa. É uma criança com alguma personalidade, sem dúvida. Sim, estou a falar mal de ti.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Gosto bastante desta versão. E dos tantos Davides.

Caixa de entrada: Vazia

Será que o amor de alguém se mede pelo número de mensagens, telefonemas ou mensagens de Facebook? Se for, estou mal de amores. Até a minha mãe anda a poupar na comunicação.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Hoje senti-me ofendida. Pode ser?

Hoje fui passear. Na verdade, fomos. O passeio foi demorado e os meus pés segredaram-me ao ouvido (sim, sou extremamente flexível) que já andava a abusar deles. Mas eu não lhes dei ouvidos e continuei a dar-lhes que fazer. Nisto tudo(que é na verdade nada), entro numa daquelas lojas dos marroquinos onde se vendem todo o tipo de coisas com o nome da cidade onde estás. No caso e para quem não sabe, Barcelona. Até aqui tudo esteve bem. O pior foi quando me ofenderam. Já é a segunda vez que me ofendem desde que cheguei aqui. Na primeira vez perguntaram-me se eu era brasileira e desta vez foi o marroquino que tentou adivinhar. "Francesa?", perguntou o senhor. Eu para o ofender pensei: e tu? És de onde? Ah, já sei. És marroquino. Vendes coisas a imitar. E além de vender coisas a imitar, metes-lhe preços a imitar. Para depois dizer: "para ti que és guapa, faço mais barato." Posso ser francesa, mas se for francesa, não sou filha de emigrantes portugueses. E pronto. Portugal existe e está mesmo aqui ao lado. Para quê ir mais longe?

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Serão pseudo namorados?

Serão pseudo namorados?

Um cenário perfeito. Duas pessoas que se sentam a olhar para as gaivotas. Podiam estar a olhar para um cão que faz brincadeiras na praia. O amor podia ser o mesmo. Será condição para uma história de amor? Não podem ser só amigos? Se deram beijinhos na boca, são namorados? Se não andarem de mãos dadas é porque são irmãos inseparáveis? Não é assim tão simples detectar um casal de namorados. O óbvio pode não chegar. Grande reflexão do dia. A propósito, a fotografia é da minha autoria. =)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Hoje tive um teste

Hoje apetece-me falar de um teste que tive. De Jornalismo Internacional. Haviam duas perguntas para responder em mais linhas e mais umas dez de resposta curta. Eu estava à espera que o fim do mundo viesse com este exame. Eles aqui chamam-lhe examen. Mas como o mundo só acaba em 2012 o meu exagero está mais que comprovado. Quando vi as perguntas percebi que aqui as coisas são mais à minha medida. Os professores parecem não ir na cantiga dos decoranços e formulam as perguntas de modo a não permitir isso. Sem querer falar mal do meu país e já estando a fazê-lo, em Portugal a maioria dos professores quer grandes conversas decoradas e esforçadas. É certo que eu nunca fui assim (tirando nuns testes de história muito especiais do nono ano) e sempre me safei no meu mundo nublado do conhecimento. O teste de hoje pedia-me para eu falar das duas actuais fronteiras da Guerra Fria. Grande maioria dos meus colegas espanhóis ficaram com o desespero estampado no rosto. Que raio seria para dizer? Nas aulas mal se falou nessa coisa de Guerra Fria...alguns deles protestaram dizendo que aquilo nem tinha sido dado nas aulas. Mentira. As pessoas não faziam ideia era que o problema de Israel com os palestinianos e a guerra entre as Coreias eram consequência daquela rivalidade entre capitalismo e comunismo protagonizada pelos EUA e URSS. Eu digo guerra entre as Coreias porque aquilo para mim já é uma guerra declarada. Prova disso são as últimas notícias sobre os ataques da Coreia do Norte e as declarações de que as forças militares sul coreanas estão prontas a intervir. Na Palestina as guerras são como uma espécie de baratas que aparecem e nunca mais se acabam. Nomes não é comigo. Então fixar nomes coreanos e israelitas é como tentar ensinar um cão a andar de patins. Outra das perguntas era sobre a União Europeia. Essa era mais que fácil. Depois haviam dez perguntas que podiam muito bem fazer parte daquelas perguntas do Quem Quer Ser Milionário. Algumas não respondi. Umas três. Não fazia ideia. Quem é o presidente do Egipto? Só sei que o Nasser foi, mas esse já morreu. A minha táctica, enquanto aluna de erasmus foi "vou fazer-me desentendida e meter aqui assim: Nasser fue uno de los presidentes más emblemáticos del Egipto." Não menti. Não disse nada muito descontextualizado. Só não respondi à pergunta. Mas dei a entender que sei algum nome ligado ao Egipto. E sou de erasmus. Posso ter percebido mal a pergunta. E o professor pode ser burro. Embora à primeira vista disfarce bem. De qualquer maneira estou arrumada com os testes nos próximos tempos. E é quase Natal. Estou quase a ir para para perto das minhas pessoas.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Hoje não me apetece meter título

Amanhã tenho um exame. Depois desse terei mais um e será o último. Está em contagem decrescente esta minha passagem por uma das cidades que dizem ser das mais bonitas do Mundo. Quanto a mim, quem o diz tem razão. Gosto disto. Conseguia viver cá para sempre. Mas ia passar férias ao Seixo. Quem não sabe o que é isso, o Seixo, que veja no Google maps. Seixo do Côa. É dessa terra que venho. Em Barcelona há mil milhões de ruas onde eu podia aprender a andar de patins. Há mil milhões de luzes no NADAL. Há mil milhões de lojas onde posso gastar o dinheiro todo e onde posso ser roubada(como já me aconteceu). Em Barcelona há mil milhões de sítios onde se podem comprar gelados de mil milhões de sabores. Das piores coisas que se inventaram (e ao contrário do que se disse num blogue da concorrência), foi o metro. É muito útil, prático e com o passar dos dias torna-se bem simples. Mas porque não um metro que andasse no ar e não debaixo de terra? Talvez fosse menos abafado, mais cheiroso e menos aborrecido. Uma viagem de metro nunca mais acaba. Não se vê nada prós lados. A não ser que esteja um senhor de fato e que me toque na mão. E eu fique apaixonada. Agora parece que no Facebook já se podem encontrar essas paixões de metro. Bem, focando novamente no assunto. Esta cidade onde me encontro tem praia. E na praia há o quê? Mil milhões de grãos de areia. Tem bicicletas e scooters, mas não são uma, nem duas...são mil milhões delas. Para acabar, há mais um mil milhões de qualquer coisa. Os Blackberrys. E cães. Há cães a passear por todo o lado. Mas são todos de marca.