segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

02:27

Estou com sérios problemas em adormecer... Já ultrapassei as 1000. Alguém me diga se isso é bom.

Quase 1000 visitas...

É isso. Pouco mais de um ano e dois meses passaram desde que escrevi o meu primeiro texto aqui. Estou a duas visitas de ter 1000 visitas. Se as minhas contarem o número está inflacionado. De qualquer maneira, o número de visitas não é aquilo que me leva a escrever em primeiro lugar. Para dizer a verdade nem sei se esse número é bom ou mau. Ou razoável. Escrevo para dizer o que penso e o que sinto (sim, talvez o maior dos clichés). Escrevo como forma de ser ouvida sem ser julgada. Embora o seja. O meu blogue é uma forma de dizer as coisas sem que elas tenham grandes consequências. Escrevo sobretudo quando estou triste. Escrever mantêm-me os dedos ocupados. Escrever é como que uma fuga ao meu maior vício. Continuarei a escrever e quando o fizer com menos regularidade é apesar de tudo bom sinal.

Posso queixar-me? Posso.

Hoje tenho estado a ouvir rádio desde que acordei. Antena 3 e rádio comercial. Alternadamente. Não sei se é pontaria, se é azar, se é amor (amor não me parece) mas é a quarta ou quinta vez que ouço a mesma música. Um dueto qualquer da Ivete Sangalo. Não que seja a pior música do último século, mas à quinta vez no mesmo dia soa-me a Rihana. Para ouvir uma música nessas quantidades, tenho que estar apaixonada. Pela música. Continuando.

Outra coisa de que me queixo é da falta de ter o que fazer. Não sei como é que as pessoas conseguem gostar de não ter o que fazer. Uma semana, depois de meses a trabalhar ou a ter testes, sim. Mais do que isso é assustador para mim. Por isso, quero que o semestre comece o mais rápido possível. Quero fazer notícias e reportagens. Espero que sejam lidas e se tiver oportunidade, meto tudo aqui para quem queira julgar o meu talento.

Às vezes pergunto-me se tenho algum.

A mim parece-me que escrevo sem erros. Mas será isso um talento ou só parece porque se escreve muito mal nos nossos dias? Escrever sem erros é um talento que todos podem ter se tiverem feito a escola primária. A ideia que tenho é que sou mais ou menos em quase tudo. A cozinhar, a escrever, a cantar, a fotografar, a limpar, a namorar. Talentos a meio. A comer sou boa. Gosto de comer. Talvez seja esse o meu talento mais completo. Como quase tudo e bem. Além de que não engordo muito e posso comer tudo bem comido. Calo-me. Estou num dia em que tenho saudades.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Retrato

Pequeno almoço mal combinado


Foi isto o meu pequeno almoço. Uma combinação não muito feliz. Os iogurtes parecem amargos depois de se comer uma nata. Era o que havia. Os iogurtes estavam a chegar ao limite de validade e lá teve de ser. A nata era a última de seis. É difícil comprar comida para uma só pessoa. Normalmente é sempre quantidade a mais. Não que eu tenha problemas com calorias...não gosto é de andar a semana toda obrigada a comer natas. É isto, o que tenho de brilhante para contar.

Estou contente

E porque estou eu contente? Porque estou a ouvir a comercial!E agora o Mourinho a treinar!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O dia em que fiquei sem televisão...outra vez.

O meu dia começou mal. Depois de uma noite mal dormida a pensar na garantia da televisão que comprei na segunda-feira, a manhã não trouxe grandes melhorias. Soube que a garantia não cobria pancadas no visor e que vou ter de esperar até que seja composta. Apeteceu-me chorar frente à senhora de óculos suspeitos que me atendeu na Worten. Mas não chorei! OhOh. Esperei até chegar ao carro. Depois não via a estrada e decidi que era melhor voltar a chorar na auto-estrada. Porque é só andar para a frente e podia ter os olhos embaciados. Sim, farto-me de chorar. Talvez goste. Talvez haja alguma teoria que explique . Talvez eu tenha água a mais no corpo e precise de a libertar. Não tenho andado a correr para transpirar, deve ser isso. Quando voltei, deitei-me e consegui estar na cama até à uma e meia da tarde. Que interesse tem o facto de estar na cama até à uma e meia da tarde? Nenhum. Não vi a Vanessa Oliveira. Ah, pois, também não tenho uma televisão para ver. O dia foi melhorando, sorri, ri-me com o Renato Alexandre que adicionei no Facebook, comi ovos estrelados com douradinhos(que me souberam pessimamente mal - sim, pessimamente mal), estive à conversa com a Sara, a minha eterna colega de quarto e o dia até se compôs. Tenho descoberto uma Letícia nova. Talvez só eu mesma me aperceba disso, mas tenho. Ainda se cresce depois dos 18 anos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Os Homens são naturalmente maus

Não são os mesmos homens que os da frase "Os homens são todos iguais", dita por uma rapariga que está em fúria com o fim do namoro. Maquiavel dizia pois que os homens são por natureza maus. Concordo plenamente. Viver dá-nos as provas inequívocas disso mesmo. Somos egoístas desde a nossa fecundação. Espermatozóides e ovócitos disputam a sua junção. Quando nascemos procuramos instintivamente o alimento. Choramos e preocupamos os nossos progenitores, vítimas da obrigação de nos satisfazer. Ao chorar, o bébé faz uma espécie de chantagem. Quando as crianças (ou os seres inacabados de Aristóteles) passam a locomover-se, a falar e a compreender, começam também a querer o bem próprio, a satisfação pessoal a todo o custo. Mentem para conseguir algo, fazem birras, simulam o próprio choro. Tudo isto são as sementes da mentira, da chantagem, da falsidade...coisas que se refinarão na idade adulta. Mas isto não é alarmismo. Sempre existiu e o mundo acorda todos os dias. É antes uma tendência natural ou o instinto da felicidade pessoal. Porque o meu instinto é a vontade natural de querer ser feliz.

O Ser Humano só se lamenta ou só se contenta com aquilo que de alguma forma o afecta. A minha amiga Maria soube recentemente que tem uma doença daquelas que ninguém gosta muito de falar. Lamento profundamente toda a situação. Não consigo imaginar que na sua tenra idade ela poderá partir e privar-me da sua presença. Também lamento porque além de ser minha amiga, a sua situação é-me próxima neste sentido: temos sensivelmente a mesma idade, estamos no mesmo curso, sou uma rapariga normal, tal como ela. A minha dor, se bem traduzida, é medo de que o mesmo me possa acontecer e sobretudo o egoísmo de querer que ela esteja presente quando eu precisar e quando eu quiser.

A maldade dos Homens pode e deve ser contrariada, no entanto constitui uma qualidade omnipresente inevitável. O que se segue é a repressão ou a não-repressão de tal predisposição. A minha ética aqui nem é utilitarista, nem deontológica. Ética do egoísmo, talvez. Anti ética, não sei.

Três brasileiras?

Hoje saí de casa e passado alguns metros, vi três brasileiras. Tinham mochilas barulhentas, uma delas trazia aquilo que pode passar por mala de computador. A maneira de andar despertou-me pensamentos mais intensos. Primeiro pensei que eram alunas da UBI, depois pensei que eram daquelas pessoas que andam nas ruas a distribuir papelinhos, depois pensei que eram só três raparigas. Mas a última das hipóteses não me chegava. Tinha de haver mais qualquer coisa. Acelerei o passo e quando estou prestes a fazer a ultrapassagem, percebo que eram brasileiras. Reparei melhor no seu aspecto e os meus preconceitos todos estavam lá. Ouvi parte da conversa e toda ela se aplicava a clientes. Podiam estar a falar de um prato de cozinha ou de Pedro Hispano, mas a verdade é que eu só consegui imaginar uma coisa. Três prostitutas a falar das suas vidas (sexuais) em plena rua.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O fim chega quando não há mais para percorrer

Como o título tão bem o diz, o fim chega quando a esperança encontra uma rua sem saída. Senti um arrepio que não sei bem a que se deve. Se a um frio físico, se a um frio emocional. Ao som de uma música sugerida, escrevo. As lágrimas saem-me como já me saíram tantas vezes. Vezes de mais. Mas estou só, escondida entre quatro paredes e descoberta por uma janela. Ninguém me poderá julgar. Se tivesse o poder de mandar nas minhas reacções corporais, nunca teria chorado na vida. Grande parte das vezes não me parece que elas tenham sentido e nem sequer me dá jeito que elas apareçam. As lágrimas envergonham-me. Hoje compreendo que as lágrimas são vãs. Vãs porque nada ensinam. Atraem sempre mais. E o pior é que nem sempre é possível esconder-mo-nos. Barcelona é passado. Covilhã um presente repetido que nada traz de bom. Já tentei um pouco de tudo para não pensar na vida triste e aborrecida que levo. Mas tentar ler os discursos de Fidel Castro não ajuda. Olhar pela janela é assustador. Tentar uma fotografia é algo que no momento me farta. A fotografia parece ser sempre o ponto de partida para eu me sentir só um motivo fotográfico como tantos outros o serão. A fotografia é um bilhete de entrada no coração de uma mulher. Que se envaidece com isso. Desde que escrevi os meus textos mais cinzentos, tentei dar uma oportunidade ao amor. Ao meu amor. Hoje escrevo para dizer que fracassou. E que estou a pagar a conta com IVA. Foi uma boa tentativa. Mas fracassou. Acabou. Ou acaba ou sou burra. Burra não...acabou-se. Mesmo que um dia alguém se arrependa, o tempo já não volta atrás. A rua sem saída, é afinal uma vida de sentido único.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ensaio sobre a essência do cigano

Hoje, e como tem sido hábito, fui para a biblioteca. Lá consigo estar sozinha no meio das palavras, dos passos, dos risos e gargalhadas. Vou para lá porque não consigo arranjar motivos de distracção. Até certo ponto. E por estranho que possa parecer aos mais entusiastas do sítio. Continuando...

Segundo Thomas Hobbes, o estado de Natureza é aquele em que tudo é válido, o mal e o bem não existem e todo o homem é inimigo de todo o homem. Pode dizer-se que é um estado primitivo no sentido da insuficiência e da busca pela sobrevivência. Ao pensar nisto e ao tentar imaginar uma situação assim, o meu pensamento cruzou-se com a minha definição de cigano.

Na minha perspectiva, talvez racista, os ciganos ainda vivem num estado de Natureza adaptado a si mesmos. Baseada no velho e gasto argumento de Karl Popper de que todos os cisnes são brancos até que eu veja um preto, direi que todos os ciganos vivem num estado sem lei até que me provem de forma prática que o que acontece é excepção à regra, tal como acontece com aqueles a que aqui chamarei de cidadãos. E cidadãos porque participam dos direitos e deveres a que a comunidade cigana parece não estar votada. Há uma frase quase mítica que os ciganos costumam pronunciar orgulhosamente e é mais ou menos assim: "sou cigano, não sou daqui ou de outro sítio qualquer." (Assim não mancham a honra da terra que podiam tomar com sua)

Parecem estar votados à miséria, à falta de conhecimento, artes e letras. Limitam-se a sobreviver pelo temor, pela corrupção mais arcaica. São de facto solitários fora do círculo da espécie. A sociedade paralela a estes grupos dá-lhes a exclusão pelo simples facto de não oferecer resistência. São um grupo de pessoas com costumes selvagens, resolvem os conflitos com a eloquência de uma arma.

Como disse, posso estar a ser racista ou extremista, não sei. Mas se resolvo não acreditar em Deus porque nunca o vi, posso não acreditar em ciganos bons e integrados na sociedade, se nunca os vi.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ambró(s)(z)io é um nome feio

Há uns chocolates que podem muito bem ter sido a melhor invenção do mundo. Isto não porque o mundo tenha escassas e fracassadas invenções, mas porque são mesmo muito bons. E como publicidade gratuita não é coisa para mim, eis o porquê de falar neles. Está uma caixa deles ali à minha frente. Hoje são parte de uma história e não foram comprados ao acaso. Porque depois vem o Verão.

Títular é uma arte à qual eu não tenho acesso.


O pior é que quero ser jornalista. Tenho uns patins novos. Nunca tive uns velhos. Nunca tive uns patins, nem velhos nem novos. Já andei de patins algumas vezes, mas ou eram emprestados, ou eram emprestados. Sim, duas maneiras de emprestar diferentes. Uma não sei bem e a outra era a maneira de emprestar na escola. Eu com um pé 36 na altura devia ter sorte com um 40, que era pé para toda a obra.

Mas sempre gostei de andar em cima daquelas rodas alinhadas. Tentava. A melhor sensação de andar de patins é a de que podes cair a qualquer momento. E de cada vez que parece impossível isso não acontecer e não acontece, o mundo ganha sentido. Andar de patins, no fundo, é como andar na vida. Cair é a condição necessária para ter que se levantar. E isto aplica-se a tudo. Umas vezes mais e outras vezes menos literalmente. Neste Sábado caí uma vez. Fiquei no chão alguns minutos. De barriga para cima e a pensar "já não caía assim há algum tempo, mas é-me familiar". Agora só tenho que tentar não cair no mesmo sítio. Para não ser aborrecido.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Se não tens nada para dizer, faz-te um favor. Não digas.

Não tenho nada para dizer. Pode acontecer. As pessoas nem sempre têm coisas para dizer. Muitas vezes são obrigadas a interromper o silêncio e isso revela-se trágico. Isto tudo porque há vezes em que não gosto do que leio, ouço ou sinto. Coisas da vida.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Regresso à Covilhã

Estou a sofrer dum mal que se pode chamar Boa-vida. Voltei à Covilhã e tenho que fazer um exame. Até lá não tenho aulas nem me sinto muito pressionada a estudar. Pelo menos por agora. Ah, um conselho que deixo aos jovens casais é que não se casem precocemente. Namorar sim, viver como casados não. É que depois de casados o tempo não volta atrás. Estou certa de que não.