segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tudo acaba um dia. Algo começa noutro.

Nada parece ser para sempre. Talvez nem a morte. Porque se nunca cheguei a morrer, não sei se há outro estado que não seja vida ou morte. Maus momentos não duram sempre. Hoje não me posso queixar. Sei que a minha felicidade não chega a tocar a plenitude, mesmo que colocada em bicos de pés.

A insatisfação dos génios ou tão somente a insatisfação do mais comum dos mortais.

Há uns tempos atrás devo ter referido que o meu LCD sofreu um atentado e foi-me dito que a garantia não ia cobrir os estragos. Surpreendentemente cobriu e eu reconheço agora que tive sorte. Outra das coisas que hoje me deixa feliz é ter sido pré-contratada para trabalhar ao fim-de-semana. Não falarei de nomes para já. Cache Cache.

Não tenho escrito. Fui de fim de semana e a minha escrita foi comigo. No sábado à noite estive bem acompanhada. Comi carbonara com sabor a bacon, molho bechamel e secundária. Foi bom. A conversa, a comida, as pessoas. Dei gargalhadas não sei a propósito de quê. Joguei aquele jogo com tacos e bola. A que alguns chamam bilhar e outros snooker. Já me explicaram a distinção, mas eu não assimilei o conhecimento. A Raquel tinha saltos altos confortáveis. Palavra dela. Eu acho que conforto e saltos altos não são compatíveis. Mas ela fica bem de saltos. Eu não. Eu tenho complexos. Sou uma pessoa relativamente alta e se uns saltos já chamam a atenção, um arranha céus no meio de um prédio de cinco andares, chama mais ainda. É mais ou menos essa a sensação. Além de que posso cair. Como as meninas do vídeo a seguir.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Quase perfeito ou mesmo perfeito?

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Complexo de Letícia

Estou cansada. Um cansada de quem fez tudo o que devia ter sido feito. Ao contrário da música do Pedro Abrunhosa que pede para se fazer o que ainda não foi feito. Tenho medo de o admitir, mas estou feliz. Dias agitados, tempo selado à escrita. Hoje tive metade de uma aula de Ética e outra metade de uma aula de Direito a pensar nas minhas leis e na minha ética para o amor. Sou rapariga, que fique bem claro. E as raparigas falam das paixões carnais como um dentista fala de dentes. Ou seja, falam muito disso e sobre isso. As amigas dedicam-se mesmo a falar sobre esses assuntos. Pois que eu começo a sentir uma frustração quando confrontada com conversas que deveriam fazer sentido. Talvez tenha um problema sem compreensão possível. A mim faz-me quase uma espécie de comichão aquele tipo de relação em que não se passa nada. Não há sal, não há açucar...não há tempero nenhum. Claro que a estabilidade é uma coisa que se ambicione. Mas dentro da estabilidade a pitada de sal a mais renova as coisas. Eu vivo na mais acérrima das instabilidades. Depois, cada acto parece um momento irrepetível. Não mais vivenciável. Estranho. Já tentei perceber-me, já tentei perceber o resto da laranja, mas as horas prolongam-se e eu não consigo sair do círculo. Se os muito bons momentos compensam os maus, temo que não, mas...

...temo ainda mais que sim.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Maria do Céu é solteira

Estou numa aula, embora não me pareça. Estou numa coisa que se chama Atelier de Jornalismo. Acordei às 07:56 e estou até agora (10:57) sem ver motivos para o ter feito. Enquanto esperamos numa sala que nos foi apresentada como a sala que tem ar condicionado, escrevo. Já fui ao Facebook ver o que se diz hoje nos jornais e revistas que eu escolhi para aparecerem no meu mural. Já estive a falar sobre vestidos e planos no MSN. Já revi a notícia que devo publicar hoje. Já bebi o iogurte de banana da Mimosa. Estou a ficar com falta de criatividade, devo dizer. Tenho aulas três dias por semana e depois é isto? É boa vida a mais para uma pessoa como eu. Como já disse, não gosto do não ter que fazer.

Ontem à noite escrevia mais um texto para meter aqui quando o computador se desligou. Resultado: perdi o texto. Mas lembro-me do assunto com que comecei. Questionava-me sobre a lógica pouco lógica de se meter like numa publicação própria. Ora, se eu meto um vídeo no meu mural, o que vem acrescentar um like meu? Segundo me consta, as pessoas normais (e atenção ao normal!) não falam ou não mostram o que não gostam. Eu podia fazê-lo sob a forma de ironia, mas eu não me incluo naquele conceito do normal. Outra coisa que me faz pensar prende-se com umas frases que às vezes aparecem por lá. “Maria do Céu é solteira”. Que raio. Estamos a falar de gado? Será como os brincos que as vacas usam nas orelhas para serem identificadas? Atenção, nada a dizer das vacas. Foi só um exemplo. Os cães têm chips. As cadelas também. Porque não aparece que a Maria do Céu é estrábica? Há depois quem esteja numa relação. Aí sempre é mais digno. Há uma diferença de intenções que faz toda a diferença. Quando alguém mete que está solteira, na verdade quer dizer muito mais. Afinal, no BI sempre foi solteira. Basta mostrá-lo. No cartão de cidadão parece que não aparece. Fui ver agora. O que alguém quer dizer quando altera o seu estado civil para o solteirismo é o seguinte:

Olha, ex-namorado(a), estou aqui a meter a placa de “trespassa-se”;

Mundo, estou tão contente que estou a contar a boa nova! Estou tão bem da vida…

Mãe, não sei como te contar, mas o João já não vai jantar lá a casa para a semana.

Oh Procura! A oferta está mesmo aqui! Vão ver as minhas fotos de biquíni ou em tronco nu! Ou os meus olhos azuis!

Já as pessoas que entram numa relação, estou só e apenas apaixonadas e com vontade de comunicar ao mundo esse estado (que para alguns e algumas é um feito maior). Também contém a intenção de ler nos comentários:

Então, quem é o sortudo(a)?

Estou contente por ti amiga(o)! Tu mereces.

Atenção: O facto de eu meter os (a) e os (o) é para não deixar ninguém de fora. Porque na realidade as raparigas são mais dedicadas a estas coisas. Geralmente. Fico por aqui. O Facebook tem conteúdo para isto e muito mais. Não menosprezando os seus bons usos, que também são alguns.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mau começo de dia

O dia começa bem. Depois de uma noite em claro acordo e recebo uma mensagem do número 4010. Este é o numero que nos manda informações sobre a bolsa. A mensagem confirma que na sequência da minha reclamação, a bolsa de estudos baixou ainda mais. Resta esperar por D.Sebastião, isto é, pela resposta do Senhor Administrador. Apetece-me insultar pessoas. Nomeadamente um funcionário dos Serviços Sociais que se afirma muito competente. E que se julga a piada em pessoa. Como eu não me rio do que ele diz, resolveu ser competente comigo. Se a minha bolsa for revista e devidamente atribuída, vou lá dar uma palavra ao Senhor funcionário.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Comi carbonara, aquela de sempre

Hoje não vou escrever mais. Estou muito ocupada a pensar. Em quê? Difícil concentrar uma amostra. Não há uma receita para mim. Não consigo emagrecer. Nem com exercício nem com falta de alimentação. Metaforicamente. Tudo é metáfora aqui. Nunca fiz dieta. Mas voltando à camuflagem das palavras...estou cheia. Comi bem. Carbonara talvez.

Burlesque

Ontem não escrevi. Mas tinha intenção de o fazer. Mesmo antes de o meu computador ter tido uma paragem cardíaca. Como eram já três da manhã, não tentei reanimá-lo e fui dormir. Ter mais visitas agora faz-me ter vontade de escrever sempre. Porque parece que há gente quase à espera que o faça. Será que me estou a sobrevalorizar? Questão secundária. Hoje vi um semi filme. Burlesque. Eu gosto da Christina Aguilera, mas hoje foi dose a mais. Não estava preparada para tanta música aos berros num só filme. Valeu a música calma da Cher, mas ainda assim...


(Pausa. Mensagem da minha mãe)

Quase dois dias sem sair à rua é triste para mim. Então fui dar uma volta a pé. Já noite, mas fui. Tá uma noite temporalmente boa para passear. Eu gostei. Vento leve. Cabelos esvoaçantes (agora que tenho o cabelo mais comprido ele voa que se farta).

Não estou inspirada. Apetecia-me andar na rua. Acompanhada.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cartão de estudante à Catalão

Hoje o dia foi longo. Deu para fazer tudo e mais alguma coisa. Dias assim valem a pena. Troquei a habitual sexta de regresso a casa por um dia cheio. Estive sempre cercada de pessoas. Eu gosto, mas elas não impedem que eu me sinta sozinha. Sinto. Não que isso seja necessariamente mau. Eu gosto do meu isolamento. Gosto de me sentar na cama com a minha roupa menos apresentável e escrever. Como o faço agora. Lavo os dentes ao mesmo tempo. Não gosto de lavar os dentes na casa de banho. Parece uma eternidade. Estou sempre a pensar que já passei com a escova em todos eles, mesmo os de mais difícil acesso. Assim, se estou a fazer outras coisas não dou pelo tempo que passo a esfregar os caninos e os molares. Acho que lavo melhor os dentes que estão do lado esquerdo. E não sei porquê. Por falar em dentes, hoje choveu. Por falar em chuva, hoje fui comer francesinha ao Serra Shopping. Menu estudante. Tive que o demonstrar. O único cartão de estudante que tenho é o meu cartão de estudiant da Universitat Internacional de Catalunya. Que estranho. Isso fez-me pensar nas saudades que tenho. Das pessoas. Custa-me aceitar que não vou voltar a ver o Jordi, o Dani, a Joana. Muito dificilmente os voltarei a ver. E lembro-me dos olhos aguados da Joana (a dona de casa) na manhã em que vim embora. Afinal não era só eu que tinha vontade de o fazer. Chorar. E fui ao Facebook da Vanessa, ver uma fotografia onde estão quase todos os habitantes daquela que foi a nossa casa durante meses. Breves. Oh. Que vontade de aparecer lá e ouvir as suas vozes mais uma vez. O cheiro. Tudo.


Eu sei, sou uma queixinhas incurável.

Frase de um filme:

Dá-me a chance de sentir a tua falta.

Siesta

Hoje dormi uma boa e demorada siesta. Cada vez gosto mais de dormir. Há dias em que tenho duas horas de almoço e aproveito uma delas para dormir. Tenho dormido muito bem. Até tenho medo que a fase acabe. Durmo bem porque não tenho andado nervosa, nem excitada com alguma coisa. Nem a pensar muito nas coisas chatas da vida. Só penso muito esporadicamente. Agora por exemplo, pensei na minha mãe que não deve ter achado grande ideia eu ter ficado na Covilhã sem sequer ter avisado com antecedência. Enquanto isso desvio o meu pensamento para coisas mais produtivas. Como por exemplo, escrever as minhas ideias quanto a temas de reportagem. Tenho três. Ideias condicionadas pela exequibilidade são uma chatice. Um dia conto sobre o que farei. XOXO, Gossip Girl

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Laetitia

Diz o Google sobre o meu nome: Do latim (Laetitia) = alegria, quem traz alegria, é um nome da onomástica da língua portuguesa.

Quinta-feira! Uh!

É quinta-feira lá fora. Dentro do meu quarto é mais uma noite acolhedora de candeeiro aceso. É nesta hora que a realidade vem ao meu encontro. Qual realidade? A que me foi tantas vezes omitida.

Balanço do dia. Cansativo psicologicamente. Tenho conseguido alhear-me de partes da realidade, mas depois a minha mãe entra em cena para me fazer sentir a pior filha do mundo, nos serviços sociais dizem-me coisas estranhas e por fim sinto-me um ser humano ou pessoa (não sei muito bem qual) deprimente. Isto do Ser Humano e da Pessoa não serem a mesma coisa tem a ver com uma teoria manhosa da Ética. Da qual não mais falarei por desconhecer as justificações que levam alguém a fazer tal distinção. Disse a professora que segundo essa teoria, as pessoas quando nascem não são pessoas, mas sim seres humanos. A pergunta que me ocorreu foi: Tenho um irmão de seis anos, como é que eu posso saber se ele é pessoa? A resposta foi tímida e nada esclarecedora. Senti-me bem a fazer piada do assunto.

Ah, a Cátia disse-me hoje que um amigo dela lhe disse que eu tenho uma espécie de poder. Isto baseado na aparência física. Como não me gabar de um elogio destes? Impossível. A Cátia mora comigo. É da Madeira e claro, vota no Alberto João (eles lá não usam o jardim).

Excelentíssimos senhores:

Acabei de redigir uma carta ao Senhor Administrador. Este SENHOR é só a expressão que contém toda a ironia de ter que lhe escrever. Segundo me foi dado a entender, escrever ao Senhor Administrador é o mesmo que escrever ao Pai Natal. Ou a Deus. Mas eu acreditei no Pai Natal até à pré-adolescência e talvez essa faceta tenha regressado para me motivar. Pelo menos tentei. Para os que não têm o poder de adivinhar digo que esta conversa toda se deve ao valor irrisório da minha bolsa. Parece que sou obrigada a concordar com a teoria maléfica de que Portugal está em crise. Não está em crise porque estamos todos sem dinheiro, está em crise porque quer-se que voltemos todos às actividades dos que nada mais têm para oferecer que só e apenas a força das próprias mãos. Talvez o problema esteja na relatividade das coisas. Que são 150€ para o Senhor Sócrates? Provavelmente nada. Lembro-me agora de uma frase que disse Cavaco Silva numa daquelas passeatas em tempo de campanha eleitoral. Dizia ele respondendo a uma pensionista queixosa: "Olhe minha senhora, a minha mulher está como a senhora. Recebe de reforma apenas 800€! Depende de mim." Só me apetece sugerir que volte a sopa dos pobres para que a Senhora Primeira Dama não passe fome. Imagino o drama das professoras reformadas que não estão casadas com Senhores Presidentes da República. Meus SENHORES, sei que vos pagam viagens para todo o lado, mas essa viagem à Lua além de estar a ser cara, está a dar cabo de mim. Uma aterragem agora já não seria propriamente de emergência.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Prenda inesperada


Diz-se muitas vezes que não se sabe como ajudar alguém. Eu tenho como o fazer e com toda a normalidade do mundo. E isso parece realizar-me de certa forma. Estarei a ficar velha. Aqui estão as sapatilhas para contrariar a minha velhice.

Diz a Letícia nocturna:

É muito difícil combater na guerra do anti-amor.

Gaja não. Rapariga. Mulher. Piscina.

Fui às piscinas. Escolhi muito mal o primeiro dia. O mais certo seria eu molhar-me quando chegasse ao destino mas a ordem dos acontecimentos não foi essa. Quando cheguei lá as minhas calças de fato de treino podiam espremer-se com relativa facilidade. O percurso não foi curto tanto em distâncias como em peripécias. Pessoas a andar a passo de caracol que tive de ultrapassar, vento a desequilibrar-me a mim e ao meu guarda-chuva, uma quase queda como resultado de um passeio para gafanhotos, resumindo, mau dia. O bom de tudo foram mesmo os 40 minutos que estive dentro da piscina. Passou muito bem o tempo. Nova tarefa de rotina. Estou com aquela boa sensação de cansaço. Agora um diálogo mais ou menos (fielmente) traduzido:

Nuno: Pois, ir às piscinas (na Covilhã) sem carro é complicado.

Letícia: Eu tenho carro, fui a pé porque gosto, escolhi foi mal o dia.

Nuno: Uma rapariga que gosta de andar a pé? (Vénia). As gajas gostam de andar com o rabo tremido, isto é, gostam de andar de carro. És uma raridade.

Letícia: Devo ser. Não ando mais a pé para as minhas amigas não pensarem que sou poupada.

Foi sumatoriamente isto. Uma gaja que gosta de andar.

Only you know me



Música que também gosto. Já gostava.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A minha terra vai ser um erro de português

Longa caminhada, pensamentos múltiplos. O novo acordo ortográfico. Acho que é a invenção mais absurda dos últimos tempos (a par do novo sistema de atribuição de bolsas). As pessoas já se fartam de dar erros ortográficos, não é preciso inventar um pretexto convencional. Isto vem dificultar a vida de alguns professores porque assim fica mais difícil detectar os plágios vindos da terra do samba. E do Lula. O período de adaptação vai até 2015. Até lá posso escrever como sei. Pelo menos aqui. No Urbi et Orbi não sei se é obrigatório escrever segundo este acordo. Talvez seja um bom exercício para mim que aspiro à vida jornalística. Fui tentar perceber as principais mudanças:

Acrescentam-se ao alfabeto as letras K, W e Y. Mas a oficialização destas letras no alfabeto é só isso mesmo. Enganem-se os que pensam escrever bem quando escrevem "Kero-te tanto meu amor"...As três letrinhas só são permitidas em nomes próprios (Kant) e seus derivados (kantiano), unidades monetárias (yuan), símbolos e siglas (km) , topónimos e seus derivados (Washington), desportos e desportistas (windsurf).

Os nomes dos dias da semana, dos meses do ano, os nomes dos pontos cardeais e colaterais, passam a escrever-se com letra minúscula. Tenho a ideia de que já se fazia isto, excepto (ou exceto) nos meses do ano. O meu irmão mais velho é que sempre escreveu tudo a minúsculas. (Talvez isso explique o facto de ter ficado pelo nono ano)

Os títulos de livros ou outras obras, as formas de tratamento (até mesmo as mais honrosas e apanisgadas!), os nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas escolares, locais públicos, monumentos e edifícios, ficam à vontade do freguês. Cada um escreve como bem entender. Há aqui uma margem de manobra para os mais criativos.

Desaparecem as consoantes mudas. Quase todas. Ficam as excepções para alguém ter que as decorar para o teste de português em particular e para a vida em geral.

Desaparecem os acentos gráficos em alguns verbos (por exemplo, vai escrever-se veem em vez de vêem), palavras como espermatozóide e asteróide vão também ficar mais despidas (atenção que o número dezoito já estava contido nesta regra, regra esta que supõe a acentuação oral mesmo não estando acentuada graficamente. Não me venham cá dizer que dezoito vem de oito porque é mentira. Vem de 17). As palavras homógrafas como Côa (o rio que passa na minha terra) e coa de coar vão escrever-se da mesma maneira. O nome da minha terra, Seixo do Côa vai conter erro de português. Além de nos chamarem calhaus, vão chamar-nos burros.

Os hífen estão em vias de extinção também. Vai escrever-se fotorreportagem, minissaia, hás de(para os que dizem hades, podem continuar sem o hífen) e quando apanhar a A23 vou estar na autoestrada e não numa auto-estrada.

O micro-ondas mantém o hífen assim como o feijão-verde e outras espécies das áreas botânica e zoológica.

Para concluir, há uma série de palavras em que o português de Portugal se vai continuar a diferenciar do português do Brasil. Mas será muito difícil saber quais. Porque os portugueses vão ter de escrever dececionar e corrupção, enquanto que os brasileiros vão ter de escrever decepcionar e corrução. Alguém consegue ver coerência nisto? Eu não.

Continuando.

Tenho a minha primeira notícia em mãos. É sobre uma série de acções onde a Bastonária da ordem dos enfermeiros vai estar presente. Eu vou estar na sua recepção no Hospital Pêro da Covilhã. Escolhi esta notícia porque ninguém a quis na hora de distribuir a agenda e porque a minha irmã é quase uma enfermeira. Agora tenho de pensar num tema para a minha reportagem e numa pessoa que seja entrevistável. Tudo isto com ou sem a aplicação do novo acordo ortográfico.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Para celebrar o dia dos peluches...


...e das velas!

Sagacidade

Amanhã tenho uma aula. Há mais de dois meses que não tenho aulas a sério. Atenção: tive duas aulas de Teoria Política pelo meio. E tinha que o dizer porque, e em abono da verdade, as aulas foram...agradáveis. E o professor pode ler isto vá. Entre a preparação para o seu discurso na Assembleia da República e a viagem a Buenos Aires, o professor David lê estes textos. Deverei eu empenhar-me mais em tornar isto uma coisa séria? Aqui vai:

A raposa tem SAGACIDADE.


Não, não é queda de pêlo. Ah! Agora ninguém sabe! Só eu e o professor!

Talvez deva substituir esta necessidade de escrever pelo penúltimo episódio de Modern Family. E agora sem grandes artefactos e graçolas, digo que é uma honra ter David G. Santos a tecer comentários às minhas palavras mais bem guardadas. E isto definitivamente não é graxa. Tive 14 no exame de Teoria Política. O mal está feito.

Silenciar as lágrimas

É difícil compreender a dor dos outros quando a nossa parece a mais pesada e dolorosa de todas. Hoje senti-me pequena. Consulta de infecciologia no Fundão. O peso das palavras de uma médica sentiram-se durante a meia hora de regresso à Covilhã. Nos filmes parecem dramas nobres, na realidade é bem diferente. Estou esgotada. A rotina de consultas é desgastante. O tempo de espera é desesperante. E eu que só estava no papel de acompanhante...

Pessoa

Tenho saudades.

Estou profundamente magoada.

O segundo dos estados não impede o primeiro. É pena.

Tudo seria mais fácil se eu fosse apenas uma máquina.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Música


Vou gostar desta música até que a morte me separe dela.

Gargalhadas fugazes

Hoje era um daqueles dias em que teria muito para contar ao meu melhor amigo. Na sua lamentável mas necessária ausência, aqui estou eu para relatar ao mundo as peripécias de uma rapariga com franja. O dia começou mal. A minha mãe até me perguntou a que se devia o insuportável mau humor matinal. Talvez à sensação de que um camião carregado de alcatrão me tinha passado por cima durante a noite. Acordei toda dorida. Talvez se deva ao facto de ter tido todos os sonhos possíveis e imaginários durante uma só noite.

Continuando.

O dia começou mal, continuou mal e acabou bem. Até às quatro da tarde nada de relevante se passou. Estive em casa votada ao aborrecimento. Entretanto disse à minha mãe para irmos passear e lá fomos nós andar um pouco pelos caminhos esperadamente cheios de lama. Andámos, conversámos e o homem de seis anos que dá pelo nome de Rafa ia sempre acompanhando. Pisava nos charcos quando pensava que ninguém estava a observá-lo. Estava eu. Mas fingi que não. Ainda houve tempo e espaço para ele se lembrar de um passado longínquo, onde o seu amigo Peu tinha ido com ele de mota. Memória surpreendente. Quando estávamos na rota inversa, a caminho de casa, começou a chover. Não uma chuva qualquer. Era chuva da que molha até o soutien mais requintado. Foi o caso, devo dizer. Chegámos a casa pior do que sai a roupa de uma máquina de lavar. Foi espectacular. A minha mãe teve que se render às evidências e rir-se com o sucedido.

Mas o dia estava longe de acabar.

Paragem seguinte: Guarda, Decathlon. Fui acompanhada por quatro seres do sexo masculino que estiveram uma hora na secção de pesca. Não foram 15 minutos, foi uma hora. Sem exageros, talvez tenha sido mais. Tudo porque a temporada piscatória começa em Março e convém reforçar o arsenal. Enquanto isso, eu joguei ping pong, escolhi o fato de banho da natação e...passei a maior vergonha da minha vida. Oh. Que vergonha! Calma, estou aqui para ir até ao fim. Já nada importa depois do que passei hoje. Expectativas altas? Aqui vai. Já alguém foi a um provador na Decathlon? Eu nunca. Dei volta à loja quase toda na busca desse compartimento fechado. Nada. Restou-me perguntar a um dos dois empregados que estavam a olhar para uma daquelas passadeiras de correr. Ele apontou na direcção de umas portas suspeitas. A verdade é que o dedo apontava para várias coisas ao mesmo tempo. Fui dar à porta de emergência. Sim, tinha escrito porta de emergência a letras de Outdoor, eu li. Mas abri para ver se a minha emergência de experimentar uma peça de roupa coincidia com a emergência que a abertura daquela porta supunha. O que se seguiu foi sangrento. Mentira. A minha cara é que deve ter ficado com uma cor sanguinária. Só vejo empregados a correr na minha direcção e eu a fugir na direcção de um provador que tinha aparecido como que por magia. O pior de ter entrado nele foi o ter que sair. Se isto não foi a maior vergonha da minha vida, prefiro morrer do que esperar para ver. No meio da desgraça, nenhum dos meus acompanhantes (de luxo) se apercebeu de quem tinha sido a bandida do alarme. Só no MC Donald tive a sensatez de explicar o sucedido. Eles foram solidários e só se riram. Coisa que eu fiz em dobro mais tarde à custa deles.

O episódio seguinte dá-se no estacionamento do MC. Estávamos à conversa ao abrigo da chuva. Vá, entre a conversa poderia ter havido alguém que fumava. Não eu, porque fumar não é para mim. Ao nosso lado estava uma senhora de meia idade a fumar também. Nas mesmas circunstâncias que nós. Pois que entre conversas animadas, estava um condutor em sérias dificuldades para tirar o carro do sítio onde o tinha estacionado. Comentámos animadamente a nabice do homem, rimo-nos e depois de todo o mal estar dito, a mulher ao nosso lado acaba o cigarro e entra no carro. No mesmo carro onde estava o condutor nabo! Eu ri-me. Sim, ri-me muito.

A passagem pela Guarda acabou no centro comercial Vivaci, onde vi de longe duas pessoas de que gostei bastante. Os meus primeiros patrões. Um pouco mais que patrões. Já no estacionamento vi o meu amigo ZP, onde já fui feliz tantas vezes. Passei-lhe a mão como quem faz festinhas ao gato. Tinha saudades de um carro.

Na A23 houve tempo para uma corrida com um Opel Corsa branco de matrícula EN. Que vinha para a Covilhã. Ganhar a corrida era uma questão de honra, mas perdi. Perdi na estrada e acabo por perceber que na vida também perdi, mas mais lentamente.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Manny é precioso enquanto personagem

Séries. Lembrei-me de falar sobre isso.

Dependendo das pessoas, ter um namorado significa também ter séries para ver. Anti-vírus no computador. Problemas resolvidos ao nível das máquinas em geral. Ao longo de alguns anos em que fui despertada para tal, consumi (e continuarei a consumir) várias séries. Acho que é difícil eu não gostar de uma. No máximo posso gostar pouco ou gostar mesmo pouco. Skins é um desses poucos exemplos. Não vejo morangos com açúcar, mas deve haver uma génese comum. Sabendo eu do que se trata. Talvez eu tenha saído do armário antes do tempo e aquilo será para mim o que o meu pai chama de “a creche”. Sem pretender ser ofensiva nas minhas palavras, claro.

Continuando.

Desperate Housewives
gosto. Acho que foi a minha primeira paixão. Ou amor. Porque perdura. Sem euforias, perdura. E que personagem eu gosto mais? A Susan. É azarada, desajeitada, tem graça na sua falta de jeito. A Gaby tem um génio especial. Gosto sobretudo de como ela resolve as coisas. No geral, as personagens são todas representações muito boas.

Lost. A minha personagem preferida de Lost é o Sawyer. Porquê? Charme. Tem muito desse ingrediente. Adorava quando ele chamava freckles à Kate. Se eu tivesse sardas, gostava que alguém como ele me chamasse assim. Acho o John Locke uma personagem chata. Sabia sempre tudo. O Jack era bom de mais, fazia sempre o correcto, em nome do bem comum…daí eu gostar o suficiente dele. Só. A Juliet foi talvez a mulher que eu mais gostei. Porque em verdade se pode dizer que em Lost o macho imperou sempre.

How i meet your mother
. Pedaços de vinte e poucos minutos que podiam muito bem congelar o meu tempo. Gosto de todos, pois claro. Mais da Robin e menos da Lilly. Mais do Legen…(wait for it)…dary Barney do que do Marshall. A Robin é canadiana e isso deve demarcá-la dos outros.

Modern Family. O Manny é alvo do meu agrado. Tem especial graça. Pelo aspecto físico, pela interacção com o padrasto que tem idade para ser seu avô e com a mãe que lhe diz coisas em espanhol da Colômbia. Porque é um rapazinho prodígio que depois tem as suas contradições de criança.

Dr. House
. Bem, a personagem preferida só poderia mesmo ser o senhor da bengala que diz coisas com graça e com a expressão facial mais normal do mundo. E no dia em que ele se tornar um cubo de açúcar cristalino, deixa de ter sentido. Se o House dissesse à Cuddy que a ama todos os dias, no dia em que a beijasse o mundo com certeza não pararia para ver tal cena. Porque tudo o que de mais desinteressante tem a série é a parte em que dizem os nomes das doenças e as presumíveis curas. Isso são apenas artefactos. Enchimento. A série vale pelo brilhantismo de uma só personagem e do contributo das outras para que isso se faça notar ainda mais.


True Blood
. Perversidade, sobretudo isso. Ou pelo menos é o que a mim me salta ao pensamento. E gosto. Será das poucas coisas surreais que consigo ver com algum interesse. Pessoas que se transformam em animais, vampiros…mortes. A série está povoada de sombras. Personagens de que mais goste. Não sei. O Bill, o Eric (na imagem) e a Jessica. Normalmente os sempre correctos (ou o seu oposto) são automaticamente eliminados da minha preferência. Embora haja alguns que consigam surpreender. Gosto quando há um mau que tem um instante fatal que indicia a sua bondade. (Mais sobre as personagens: http://fangteambr.wordpress.com/personagens/)

Por agora é isto.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O país e o mundo

Rodrigo Guedes de Carvalho escreveu a propósito da guerra colonial:

A guerra não pertence ao reino das palavras, que serão sempre poucas para o que se quer. É assunto de vísceras e coração, pedaços intraduzíveis de nós.


Talvez por eu não ter a real noção do que é uma guerra queira um dia experimentar um cenário desses.

Lamento. Sou eu.

Hoje acordei mais cedo que o normal para ficar com o Batman cá de casa. Ele que come Oreo e bebe leite branco pela manhã. Fiz o almoço como faz uma semi dona de casa. Não me soube a grande coisa, devo dizer. Não tenho o hábito de almoçar ao meio dia, mas agora tem sido o horário possível. Ando sem paciência para nada. Ando naquele estado em que tudo me farta e nada me faz gritar. Gritar seria bom. Mas para isso são necessárias forças. E a verdade é que sinto o corpo com uma certa falta de resposta aos estímulos.

Fui andar de bicicleta. Sempre foi uma boa terapêutica. Pensei um pouco de tudo durante a meia hora que demorou o meu passeio. Pensei nos últimos anos da minha vida. Pensei que se aproxima a hora de grandes decisões. Sobretudo a nível profissional. Restam-me os sonhos a esse nível. Porque no outro campo as coisas estão nubladas. Todos os planos foram mais uma vez defraudados e quando se acaba uma relação, a mulher que sou leva-me a desacreditar em família, casa, vida a dois e todas essas inevitabilidades do Ser.

Não posso negar que a mensagem de ontem me abanou as ideias. Porque no fundo concordarei com aqueles que agora dizem "bem-feito." Não que eu tenha merecido ser descartada uma vez mais, mas porque fui eu que escolhi o risco. Agora estou mais só que há um ano atrás. Porque agora não posso esperar que as pessoas que me são próximas me façam festinhas. Elas remetem-se ao silêncio. E o silêncio fala.

A meio do caminho, parei perto de um lago. (É, cenário de filme para alguns).

E chorei. Não vou acabar com a sede em África, até porque a água salgada não é potável, mas cedi aos desejos da alma.

E voltei a chorar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Bem feito PALONÇA!

Não há palavras que voltem a descrever isto que estou a passar. Eu tento negá-lo todos os dias e com toda a força que já não tenho. O que tenho é um irmão de seis anos que me diz que estou com olhos tristes. Não sei que truque de mágica ele usa para não se deixar ser enganado por um falso sorriso. Com ele não resulta. Hoje enquanto andava de patins ao acaso e sem levantar a cabeça para não me desequilibrar, pensava na minha descrença face ao amor. A insuficiência que ele pode ser leva-me a crer que não serve de nada. Tenho medo de lhe fechar as portas por não querer que um dia volte a sofrer em nome dele. Mas a infelicidade de uns parece ser motivo de felicidade para outros. Hoje já alguém foi feliz às minhas custas.

E embora tenha escrito no Facebook:

Recebi uma mensagem no telemóvel a dizer:"é te tão bem feito". Só posso concluir que a inveja existe e eu tenho a honra de ser invejada e não o contrário. Vivam as pessoas que nos invejam. Servem para nos alimentar o ego.

...a verdade é que o ego está cheio de fome. Não pela mensagem. Pela vida.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Dias enfadonhos, textos sem interesse.

Apesar das mãos gélidas, não podia deixar este meu exercício diário por acontecer. Há dias em que não sei como consigo juntar letras em palavras e palavras em frases. Porque é facto que tenho sempre coisas que me apetece transmitir. Mas nem sempre é algo que vem acrescentar conteúdo e muitas vezes os textos são só e apenas a repetição daquilo que sinto. Hoje o meu dia foi do mais enfadonho que se possa imaginar. Acordei tarde e tomei o pequeno almoço meia hora antes do almoço. A segunda das refeições não lucrou nada com isso. Depois saí acompanhada e descobri que as pessoas são mesmo complicadas. Podem mesmo sê-lo. Sim, já o tinha descoberto. Mas cada vez que penso nisso, parece sempre a primeira vez que o estou a constatar. Não andei de patins porque me bateu a preguiça. Li. Li um pouco de um livro pouco interessante. Fiz bolinhos em formas daquelas pequenas. Que mais? Temo não ter havido muito mais. Tenho estado acompanhada o que ajuda a superar algumas ausências. A da minha amiga Raquel é uma delas. Não que ela esteja ausente, porque não está. Mas porque tenho saudades de estar presencialmente com ela. E conversar. Como o fizemos neste Verão, coisa que me soube mesmo bem. Ela é um exemplo de mulher para mim. E o bom momento a nível amoroso que atravessa é prova disso mesmo. Além de que é uma rapariga de convicções que só não consegue aquilo que não quer. Sim, eu sei que ela vai ler isto. Mas pronto. Ela também nunca primou pela falsa modéstia.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Citação:

Está agora a sair do armário o rapaz!
- Maria Campeão

Curriculum Vitae? Respeito.

Estou com o separador de nova mensagem aberto há cinco minutos. Em frente dele apatece-me premir as teclas e começar a escrever. Falar do que quero e do que não quero. Mas não. Não o farei. Falarei apenas do que quero falar.

Hoje entreguei pela primeira vez o meu Curriculum Vitae. Não foi uma estreia em grande, devo dizer. Quem ficou com ele foi apenas e tão somente um dos soldadinhos de chumbo vermelhos do Serra Shopping. Não foi em grande porque esperava mais cerimónia. Foi só chegar e entregar. Ninguém fez um comentário à fotografia que escolhi (que eu acho pouco adequada, mas que me favorece - Não, não tem muito mais que a cara. Calma. Eu mostro). Ninguém me perguntou o que queria fazer da vida, nada.

Mais tarde recebo um telefonema. Não era a minha mãe. Não era a Maria a dizer para ir lanchar. Número desconhecido. Seriam os senhores da Worten a dizer que o meu duradouro LCD já tinha um orçamento milionário para ser arranjado? Não. Hum...estudos de mercado? Nada disso. Era uma voz feminina que me perguntava se podia ir amanhã a uma entrevista. Entrevista antecipada. Talvez arranje emprego a part time para custear as minhas vontades e algumas obrigações. E talvez não arranje. A fazer o quê? Fica para os próximos episódios desta minha vida romântica*.

*(Porque me lembrei do blogue da Inês - Episódios da vida romântica)

Foto de currículo:


Para o CV recortei-a. Esta fotografia foi tirada perto da Praça de Espanha, em Barcelona. Talvez este tenha sido o meu sorriso mais sincero perante uma objectiva. Contido. Não sei. Love is Blind.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Excerto:

Tinha que privar-me de todas as tuas formas de existência.
- Letícia Neto

Mais um dia chega ao fim

São horas tenras, mas o dia terminou. O dever cessou. A teoria política frágil que adquiri foi parcialmente demonstrada no exame que hoje fechou a porta do semestre. Sim, o tom é mesmo esse. Melancólico. Devia estar a comemorar o não ter rigorosamente nada para fazer. Mas não estou. Esperadamente. Quando penso que o semestre começou na terra do catalão e acabou assim, orgulho-me de mim e do meu percurso. Fazer erasmus demonstrou-me que eu faço aquilo que quero e chego onde quero chegar. Pareceu Slogan. Mas falta-me mais. Muito mais. Porque a tristeza tem de ficar sem tempo para ela.

(Acabei de preencher o meu Curriculum Vitae - que frustração. Não tenho nada de relevante para pôr lá) Nem lá, nem aqui. Amanhã os patins prometem um dia melhor.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Personagens da História

Devo dizer que sou uma fã de História do Século XX. Não só porque ela explica o mundo actual, mas porque foi rica em personalidades e acontecimentos à escala monetária. Mentira, à escala planetária. Durante a minha obrigação de estudar Teoria Política resolvi procurar frases célebres de pessoas interessantes. Fidel Castro, os Bush, Hitler, Estaline, Mao Tse Tung, e por aí em diante. Devo dizer que fico fascinada com as coisas que estes senhores diziam. As crenças deles, que se verbalizam nas frases da História, dão legitimidade ao que fizeram. Deixo aqui duas:

"Há uma estrada para a liberdade. Seus marcos são a obediência, o esforço, a honestidade, a ordem, a nitidez, sobriedade, sacrifício e amor à pátria." - Hitler

(Só me lembro de lhe chamar uma coisa: Ah Judeu! Com o tom da minha avó)

"Ler demasiados livros é perigoso".
- Mao Tse Tung

(Então quando os livros são vermelhos...)

Estuda-se. Escuta-se.

Critério

O meu actual computador anda com sintomas de doença crónica. Embora eu saiba que o mais certo é levá-lo ao médico, não está nos meus planos. Já me disseram que posso meter-lhe qualquer coisa que lhe baixe a febre, mas não sei até que ponto isso resolve. Já não é só o aquecimento e os sucessivos apagões. Devido a isso ando já a procurar um substituto. Mas há um problema relativamente grande. Não percebo nada de computadores e tenho de escolher um...
Critérios relevantes para mim: tem de ser bonito e não muito grande. Agora pergunto-me, serão critérios de gente? Se fosse um casaco sim, sendo um computador, não me parece tão bem. Ah, o preço e as formas de pagamento também têm de ser tidos em conta. Não quero um Sony Vaio daqueles brancos. Também não quero que seja preto. Marcas: Toshiba ou Asus. Que tenha a ventoinha de lado. Preto também não queria muito que fosse. Oh. (Letícia Neto, estás a falar de um computador. Não tens de pensar numa cor como se estivesses a combinar peças de roupa. Calma). Só queria um computador que não se desligasse enquanto eu vejo os mais variados filmes, muitas vezes no clímax da coisa. Literalmente. E que acompanhasse os meus movimentos no teclado. Que ao que tudo parece indicar são ainda assim lentos.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O que faz falta?

O decote podia ser uma arma política


(Este decote só é uma boa amostra por ser o exagero do que pretendo dizer)

As mulheres. Há muitas e variadas. Umas são baixas, outras altas, gordas, loiras, morenas, burras, inteligentes, crentes e não crentes. Mas penso que há uma característica invariavelmente comum a todas elas. A astúcia. O lado raposa. É difícil uma mulher fazer algo ao acaso. Tudo tem uma explicação e normalmente não é coisa inocente. Os decotes por exemplo. Há mulheres que dizem que se vestem como gostam de se vestir. Para se agradarem a si mesmas. Mentira. Uma mulher não veste um decote para se agradar a si mesma. Se o fizesse, não andava em casa de pijama de gola alta. Andava com decote. Porque em casa até é o sítio onde podemos mais facilmente ter encontros com espelhos. As mulheres (excluindo as lésbicas, talvez) vestem-se a pensar no olhar dos homens. Claro que isso não pode chocar muito com a sua própria ideologia do aceitável. Na verdade elas fazem-no porque sabem que o homem comum é aquele que vê em primeiro lugar. Os olhos comem, como se costuma dizer. E os homens parecem andar sempre com uma certa fome. O que torna tudo mais fácil. Não são precisos manuais de sedução ou consultores de moda. Há mulheres que tendo bem clara a ideia de que à noite não se vêem as borbulhas e que os seres do sexo masculino estão ainda mais predispostos, vestem aquilo que para elas é mais um trunfo. Mini-saias, decotes, coisas com lantejoulas, leggins, ombros desnudados, calças apertadas...acessórios, maquilhagem. Tudo e mais alguma coisa. As mulheres podiam comandar a política se tentassem levar este seu lado para as assembleias e parlamentos. Os homens são um alvo fácil. E as mulheres, sobretudo as bonitas, sabem-no muito bem.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Vou dormir...

Mas antes disso queria dizer que tive um dia muito bem passado. Porque só me habituo a ser infeliz se eu quiser. E de certeza que algo de muito bom está guardado para mim. É só ter paciência. Daqui a dois dias tenho exame de Teoria Política. Se estiver em dia sim, quem sabe se não surpreendo o professor das barbas grandes. Com o qual tenho uma relação muito fugaz. Mentira. Ele só sabe o meu nome porque falei mal dele no Facebook, ainda que indirectamente.

Preto vs Cores

Bem, este blogue anda a ficar negro. É melhor dar alguma cor. Dizem que o preto atrai energias negativas. Eu não acredito nas energias. Só nas renováveis. E pouco. Bem, facto é que nas últimas semanas e com os saldos, noto que as minhas últimas aquisições têm todas praticamente essa cor. E como toda a boa rapariga, quando há roupa nova não se usa mais nada. É uma espécie de contrato mental com a auto-estima. Consequência: tenho andado quase todos os dias de preto. Eu gosto. Não sou do género de rapariga que tem uma cor preferida. Mas tenho fases em que tendo a comprar mais roupa de determinada cor. Lembro-me que já tive a fase do vermelho. Tinha casacos, sabrinas, camisolas e afins. Agora é cor pouco predominante. Dizem que tenho tendências para o cor-de-rosa, mas isso são calúnias. Quando muito é roxo. Hoje para contrariar a mancha negra que vai por este blogue e também pelo meu estado psicológico, aqui estou eu. Toda colorida. Com uma tshirt do Garfield, com bolinhas e algumas cores à mistura. A cor predominante é que não digo. Não quero corroborar falsas acusações. Alguém quer ver?

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Descansa em paz (como quem ironiza)

Estou enervada comigo. Estava capaz de me bater. Mas dizem que a violência não resolve nada. Burra, é isso que me sinto. Burra com B dos grandes e dois RR dos bons. Parece que estou numa montanha russa e esta é já a segunda ou terceira volta. Estou a ver exactamente o mesmo. Já estou a ficar enjoada de ver sempre o mesmo. Traduzido por palavras sérias: Não, melhor não. Uma certeza eu tenho. Montanha russa é coisa do passado. Afinal, há sempre quem queira experimentar a sensação.

Uma certeza: alguém morreu hoje.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Raparigas, garotas, meninas, gajas, mulheres.

Ao inventar de tudo para não ter que estudar, junta-se agora o inventar de tudo para a luz não se apagar. Hoje a casa simbólica ficou um pouco mais vazia. A Sumaya foi para Moçambique, a Diana foi para Monção. Duas pessoas que eu chamaria de sal e açúcar. A Sumaya seria o sal, a Diana o açúcar. No total o grupo é constituído por seis pessoas, todas raparigas. E agora vou falar de cada uma delas. Calma, não vou dizer que são todas teimosas. Elas nem vêem o meu blogue. Digo eu.

(Da esquerda para a direita)


A Vanessa. Foi comigo de erasmus. É a comandante do barco. Se as coisas estão mal para a Vanessa, o avião não arranca.(Barco, avião - que raio se passa?) Quero com isto dizer que ela tem o gene do comando bem vincado. Vai à missa e não reagiu bem quando uma vez a Diana estava a falar levianamente sobre o Papa. É de Santarém. Já teve um grupo de dança que tem vídeos no youtube, chamado Dreams. É uma pessoa de aventuras e isso nota-se na cultura de rua que ela tem. É daquelas pessoas que sabe um pouco de tudo. Tem um humor acima da média e quando está mais "tocada" (como ela diz) proporciona-me profundas gargalhadas. Se tivesse que lhe atribuir uma frase seria "É preciso é ter moral, o resto..."

A Diana. Bem, a Diana é de Monção. Não gosta das galegas porque as botas brancas que usam são foleiras e elas também. Diz que não se quer casar pela Igreja e que filhos só quando não houver mais que fazer. Tem um blogue onde escreve sobre coisas de Portugal e do Mundo. Mas esse julgo não ser o seu ponto forte. A maior qualidade da Diana reside no facto de ela ser uma pessoa naturalmente boa. Até há duas semanas atrás, jurava que ela nunca tinha tido uma discussão. Anda a evitar comer carne de porco porque faz mal. Esteve em Itália e viu em Roma uma cidade porca. (São as pessoas que vão ver o Papa, deitam o lixo pró chão e fazem grafitis da aparição dos pastorinhos em Fátima). A Diana é do tipo que cora só de imaginar que se vai falar de sexo. Ou de uma simples tanga. O seu maior defeito é(também) ser boazinha de mais. Da Diana não é bem uma frase, mas o seu habitual "Vou ir indo conh'ela."

A Sumaya. Veio de Moçambique e parece indiana. É a gaja-mel do grupo. Atrai o povo masculino. Dá umas gargalhadas muito peculiares e não fuma uns cigarros quaisquer. Fuma uns todos pretos. É o género de pessoa que não se prende. Prática. Escreve umas coisas em inglês no Facebook. Gosta da comida com sabor, povoada de temperos. É aquele tipo de pessoa que faz o curso com uma perna às costas. Não que se farte de estudar. É o dom natural do desenrasca, aliado a uma boa expressão e inteligência. Sim, também é preciso ser inteligente para usar auxiliares de memória. Sem ofensa, claro. A Allya é imprevisível, hoje pode acordar na Covilhã e amanhã em Lisboa. Todo o tipo de humor está ao alcance da sua percepção e execução, isso fá-la ter graça. A frase seria "Mas...é contigo queu quero tar fachavoooor, fachavor, fachavooor!"

A Maria. A Maria é a Cinderela do grupo. Sonha casar e ter filhos, ser feliz para sempre. Já tudo de mau aconteceu à Maria. Mas ninguém o diria. Alegria que se propaga. Foi Miss Ciências da Comunicação. Gosta de pipocas, tal como eu. Mistura as doces com as salgadas, coisa estranha. A Maria é a ponte entre todas as parcelas do grupo. Chama-me Ticha e eu dou-lhe alguma legitimidade para o fazer. A Maria bebia leite ao pequeno almoço, almoço, lanche e jantar. Isto antes de saber que o fígado está pela hora da morte. É a mais velha do grupo e faz jus a esse posto, sendo também a mais madura. Serena, raramente lhe sai a rolha. Gosta de atletismo. Uma frase que me fará lembrá-la para sempre? "O problema é só humidade."

A Catarina. (Não consta na fotografia). É do Fundão.

Outra tatuagem?

Talvez. Ando com muita vontade de fazer outra. Para quem não sabe, tenho uma nas costas. No centro e abaixo do pescoço. Não é grande, mas dá para ver a olho nu. E o que é? Isso não tem grande interesse. Interesse tem o meu projecto de tatuagem. Estou decidida porque encontrei a ideia que mais faz sentido. Que faz hoje e que fará no futuro. Não é necessariamente obrigatório que uma tatuagem deva ter significado, mas a minha terá. Provavelmente nunca ninguém o vai saber, nem mesmo a Allya Sumaya que já me avisou de que sabe ler árabe. A pensar nisso talvez escreva em Urdu, que utiliza rabiscos muito parecidos ao árabe. Acho que eles têm uma escrita mais salgada que a nossa. Há duas possibilidades quanto ao sítio, ou pulso ou pé. Num dos sítios, mais visível, no outro mais doloroso(dizem). A minha mãe foi sondada(para pensar que tem voto na matéria) e estou ameaçada de perda de lar caso a faça. Só me deu mais vontade. Não digo quando a farei, mas um dia mostro em exclusivo aqui. XOXO, Gossip Girl.

Estatísticas

Acabo de dar uma vista de olhos nas estatísticas do blogue. Sem estranheza, os leitores são maioritariamente portugueses. A seguir vêm os Estados Unidos e a Espanha. Americanos e espanhóis andam a procurar vacas na internet. Tenho uma visita de Singapura! O texto mais lido foi Barcelona Loves You, mas isso também aparece ali de lado. Coincide com a minha preferência, pela verdade do que é dito. Mais? Só 1% das minhas visitas tem o Mac como sistema operativo. É isso.

Estado de coma

Quando a noite chega e as luzes se apagam, os pensamentos mais temidos florescem. Lembro-me de dizer há uns meses que estava anestesiada para tudo. Enganei-me. Não estou. Mas estou certa de que as coisas tendem a melhorar. Até aqui venerava uma pessoa que deixou de existir. Os meus olhos continuavam a ver a pessoa do passado. A do presente é normal. Tem conversas banais, tem atitudes banais...nunca me atraiu muito a normalidade. Talvez seja esta a minha táctica de defesa. Ou a verdade. Não sei. E falo em defesa porque me sinto atacada. A sensação é a de que estão a ser reunidos esforços para me ferir. Devo admitir algumas derrotas. É aborrecido estar sempre a falar no mesmo, mas a necessidade assim o obriga. Acho que as mulheres(geralmente) vivem de maneira diferente as relações. Dão mais, entregam mais, fazem tudo por inteiro...e depois custa-lhes mais aceitar a morte de uma relação tão vivida. Falo em morte sem ter medo da palavra. Um ex-namorado assemelha-se a um paciente em estado de coma. Deixa de falar, passa e existir apenas como um corpo e ao fim de uns anos pode acordar. Ou morrer para sempre. Morre não para o mundo em geral, mas para o mundo particular da ex.

(A comercial acordou com mau gosto)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Encantada

Disse Maquiavel...

Vêem todos o tu pareces, poucos porém o que realmente és. Porque todos podem ver, poucos os que sabem sentir.

(Isto que em princípio se refere aos políticos, é muito mais abrangente)

Da janela do meu quarto vejo o mundo

Estava aqui sentada frente ao computador e simultaneamente frente à janela do meu quarto. É uma vista linda, sobretudo à noite. Milhares de luzinhas que se prolongam no horizonte. É sem dúvida uma dádiva, não da natureza mas do próprio homem. Que construiu estradas e pontes. No fundo as estradas e as pontes ditam-nos o caminho a percorrer. O meu caminho estende-se em km e em desejos. Sinto que tenho todos os caminhos possíveis à espera que eu me decida. Sinto-me a amadurecer. Dou por mim a lamentar o facto de estar pouco tempo com a minha avó forreta. Apetece-me estar com as pessoas e proporcionar-lhe coisas boas. A propósito disso mesmo, hoje fiz um jantar para amigas. Aquilo foi o ponto alto do meu dia. Carne de vaca estufada com couscous. O melhor de tudo é a sensação de que quebrei a rotina, pudemos estar juntas e estive ocupada. Gosto de cozinhar quando não é por obrigação. Gosto de cozinhar para os outros. Farei de tudo para não me sentir só e deixar-me afectar por isso. Tenho planos e é deles que vou alimentando a ideia de ser contente. Tenho notado um acréscimo no número de visitas. Fico contente.