sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Adeus Vaquinha

Não concordo com aquela frase que diz que tudo acaba na vida. Mas há fases e ciclos e todas essas merdices que os psicólogos e outros entendidos ou desentendidos gostam de falar. Eu acabei uma fase da minha existência. Como diria o Rafa, a Ticha está CRECHIDA. Este Blogue fica por aqui.

Obrigado pelas visitas.

A vaca continuará a rir e a sorrir, independentemente de quem a rodeie.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Avaria congénita?

Andar de carro.

Andar de carro tem que se lhe diga.

Os bebés por exemplo. Serão poucos os que não se rendem ao embalar calmo do acto de se fazer transportar por esse veículo de quatro rodas. São poucos os que choram enraivecidos dentro de uma máquina malevolamente puxada a derivados de petróleo.

Não fosse a gasolina tão cara e eu passaria a vida dentro do carro. A correr estradas sem dar por elas. Aconteceu hoje. E acontece tantas vezes no meu regresso a casa. O processo é simples. Chave na mão e num golpe de mágica (para mim) abrem-se as portas. Todas de uma só vez! Sento-me e pouso os infinitos objectos que me ornamentam todos os dias. O cinto aperta-se automaticamente e o recuo ainda exige alguma ponderação. O carro entra na estrada e aí vem a primeira e a segunda, até passar as desaconselhadas duas mil rotações.

Porque descrevo eu tudo isto minuciosamente? Porque conduzir é a minha terapia de hoje. E merece ser explicada. O carro está quente, assim sufocante como a vida. O vidro abre-se como que para dizer que para tudo haverá solução. Não fosse o vidro seria o superficial ar condicionado.

Depois de tudo isto, seguem-se 17 km feitos sem me aperceber dos carros com que me cruzei e das linhas tracejadas que pisei.

(Linhas contínuas imagino que não tenham sido muitas, a avaliar pelo fim típico da história)

Hoje pensava um pouco em mim. Trabalho, tenho um carro com airbag e ar condicionado, vou para casa no fim do dia. As amigas têm a vida delas, os amigos nunca se deram muito comigo e não tenho um namorado. Eu sei que não ter namorado aos 21 anos é buuuueda fixe, ya bora lá curtir a vida que só se tem vinte anos 365 ou 366 dias na vida. Vinte e um no caso. Mas não. Esse slogan não é para mim.

Eu sou uma romântica (ou só parvinha).

Sinto falta de uma coisa muito estúpida que alguns chamam amor. Outros não chamam porque é vulgar. Como se alguém deixasse de comer maças, ou de lhe chamar assim, porque o Adão e a Eva trouxeram a moda aos homens de bem. Na verdade eu amei. E amo. Mas ainda mais verdade é que a vida parou para mim. No amor. Nessa parcela que tudo move. Nesse tema tão extenso quanto a mais longa viagem de carro. Eu sei. Quem faz o carro andar sou eu. Eu sei, a gasolina também faz falta. Mas eu tenho gasolina, a vontade está meia gasta, mas ainda assim existe. Porque não anda o raio do veículo? Avaria congénita?

domingo, 3 de julho de 2011

Conviver de acordo com um contrato

Cinco dias bueeeda fixes.

Seis raparigas em busca de um bronze.

Legen (wait for it)dary.

Nunca tinha acampado e hoje que posso fazer o balanço, digo que foram dos melhores dias que passei. Tem a ver comigo. O acampar. E tudo o que envolveu ajudou a tornar aqueles dias uma recordação inapagável.

Na Universidade da Beira Interior cruzaram-se seis caminhos. Todos eles se conectaram em vários pontos. Três anos passaram e no fim fica uma grande saudade e a vontade ténue de chorar a cada pensamento.

Qual de nós não vai sorrir ao pensar na queda aparatosa da Maria ao tentar resgatar o guarda sol que fugiu? Quem não se irá recordar da Allya a dar gargalhadas, a meditar ou a chamar-me um nome cujo sentido não entendo (constrangedoooor!)? Quem não irá recordar as maças vermelhas na cara da Diana? Ou ainda a sua capacidade de ser preguiçosa sorrateiramente…quem se vai esquecer da Vanessa a conduzir um carro apinhado de coisas? E o grito na Nazaré com assistência?

É por nós, é por nós, é por nós!
Nunca desistir destas férias!
(Maria) Amen.

O nosso roteiro de férias incluiu uma paragem em Santarém (ou Brasil) onde experimentámos as maravilhas do parque aquático. As máquinas fotográficas nunca cessaram. Devo ter tirado mais fotos em cinco dias do que em 21 anos. Só não tive um esgotamento porque os meus maxilares não fazem grandes esforços perante os disparos da objectiva. Em Santarém encaixámo-nos no Peugeot e seguimos para Peniche.

Relembro as condições miseráveis em que Allya Sumaya viajou. Relembro a geleira cor-de-rosa aos meus pés. Relembro as paragens na portagem e o vídeo de segundo dia. Lembro-me das eólicas antes de chegar a Peniche. Lembro-me de ter pensado que não haveria ninguém a quem pudesse contar estas coisas. Sinto o vazio que foi. Visualizo a montagem das tendas. A minha foi a primeira a conquistar o seu espaço e a última dor de cabeça na hora de ir embora. Não posso esquecer a fogueira que fizemos na praia com ajuda masculina e ainda o jogo que me baptizou de constrangedoooora.

Estou a ouvir música e a escrever. Cada vez que vem uma música mais lamechas isso faz-se notar no que escrevo. Eu sei que ainda vou ver estas pessoas da minha vida mais vezes. Mas não serão assim tantas, nem serão nas mesmas condições. Assim de repente penso no casamento da Vanessa.

Ontem tive que despedir-me e não sei muito bem definir a sensação. Sei que mal virei costas com a minha mala de campismo comecei a chorar sem saber quase porquê. Ia para a paragem de autocarros, mas não sei em que pedras pisei para lá chegar.

Quando se diz que os amigos são a melhor coisa do mundo, talvez não se esteja a mentir. Ainda ontem a Raquel me ligou porque não falei com ela nos últimos dias. Telefonou como telefonam as mães para saber dos seus filhos. Foram as minhas amigas que ajudaram a colmatar a ausência de que eu não falo. Elas gostam de mim por opção.

Choro. Sorrio. Penso nas notas miseráveis que tive este ano. Penso nas experiências que superam isso. Penso na minha nova posição de que a vida não são só notas e paradigmas do que é certo ou errado.

A cada dia que passava, a pele de cada uma de nós escurecia e avermelhava. A cada dia que passava as afinidades revelavam-se. Estes foram talvez os três anos mais intensos da minha vida e elas estiveram presentes. Não fui para a universidade para fazer amigos mas foi de certeza o melhor que ela me deu.

Agora é hora de trabalhar.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Toshiba a funcionar

Depois de algum tempo sem poder escrever a partir do toshiba, eis que resolvo seguir um conselho precioso e resolver a situação. Já ganhei o dia. Neste dia em que regresso à Covilhã para fazer uma melhoria quase absurda. Absurda porque não sou melhor que aquilo que já fui. Não sei mais nem menos. Sei igual. O que faz mudar tudo é a vontade com que faço as coisas. Há testes que me dá preguiça de fazer. Muitas vezes quando me dão o enunciado o meu primeiro pensamento é "oh que merda, ainda não escrevi nada". E se há um conselho que eu deixo aos estudantes é que escrevam sempre muito. Pode não dar em nada, mas quase sempre dá nalguma coisa. Nem que dê só numa constatação de esforço recompensada. Sei se vou ter boa nota pela quantidade daquilo que escrevo. Eu. Normalmente.

Ah, outra coisa.

O meu blogue anda a receber visitas fruto de alguma publicidade da minha amiga (já) publicitária Allya. Não tenho nada de muito mau a dizer sobre isso. Quem se sentir ofendido tem direito de resposta e quem gostar tem pouco direito a resposta porque eu sou uma modesta. O que quero dizer é que eu falo aqui de muita gente. E ou eu não me conheço muito bem, ou apesar de tudo,continuarei a fazê-lo. Talvez de forma mais subtil para que ninguém se sinta difamado. Outra coisa, muitas das vezes uma pessoa ou situação são só a desculpa perfeita para as minhas generalizações. Já pedi desculpa a quem tinha de pedir. Já pensei na minha conduta blogueira. Agora vou dormir.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A minha presunção de Ser Especial

Não é fácil lidar com a ausência. Assim como é fácil lidar com gelados no Verão. E no resto do ano se for eu. Duas ausências repetidas com as quais tenho de viver todos os dias. Ausências escolhidas por mim e coagidas pela realidade. Não me lamento a toda a hora por elas estarem finalmente a ser, mas não há um dia que não pense em como poderia ter sido. Várias foram as vezes em que escrevi e apaguei sobre isto. Uma outra verdade é que não era esta pessoa que eu queria ser. A Letícia que escreve não é a que meio mundo vê por aí de óculos de sol. Acho até que as pessoas que só conhecem um dos meus lados ficariam bastantes surpresas com as minhas fragilidades aqui repetidamente expostas. Às vezes orgulha-me saber que há pessoas que não me conhecem. Há dias (bastantes já) uma amiga disse-me, enquanto eu lacrimejava, que parecia ter um House na minha vida. Ela sabe que eu vejo a série. Ela vê muitas séries que também vejo. Aquilo ficou-me. Nada que eu nunca tenha pensado. Com a desvantagem de que a ficção é sempre mais fácil de viver. Porque lá as pessoas sabem representar o Enquanto Dura. A coima é pesada nos dois casos. Culpa da minha presunção de Ser especial. Que sou.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fatalidade do instante

A vida pode mudar num instante. O que me faz ter esta constatação brilhante? O facto de há uns dias ter quase tido um acidente jeitoso. Na verdade foram dois. Um em que ia sendo atropelada numa passadeira e outro em que era eu a culpada enquanto condutora. Há quem diga que conduzo mal, aí está a prova. Má tentativa de ultrapassagem. Mas a vida pode mudar não só para os lados da morte. Instantes em que podemos ser tudo e instantes em que afinal já não somos grande coisa. É assim a vida, um instante fatal.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Poncha da Madeira

Será?

Estou com dores de cabeça na ordem do quase insuportável. A sensação é a de que vou desmaiar a qualquer momento. Aconteceu hoje quando estava numa loja de bijuteria. Aconteceu um pouco durante todo o dia. Comi como é meu hábito diário. Talvez menos por preguiça e dor de cabeça, mas comi o suficiente. Nada de anormal me havia acontecido para eu estar assim. Até que me lembrei duma coisa. A Cátia. A Cátia regressou ontem da Madeira. E o que trouxe ela tão típico de lá? Poncha. Eu não bebo álcool, mas gosto de provar certas bebidas que o contêm. E provei. Depois de provar o copo continuava ali, ao meu lado enquanto eu tentava concluir sobre o trabalho de Direito de Resposta. Fui bebendo. Aquilo sabe a maracujá e depois do ardor inicial fica um sabor muito bom na boca. Estava acompanhada pela Sumaya que também estava a fazer o seu trabalho. Eu ia bebendo e ficando cada vez com mais sono, ela ia-me alertando para o facto de eu poder estar a ficar borratchinha. Estava mesmo. E hoje, ao que tudo indica, estou de RESSACA. Estado esse que faz o orgulho de tanta gente.